16 nov, 2020 - 14:47 • Maria João Costa
Sobre a voz de Amália Rodrigues, João Botelho afirma que “é grande!”. O realizador de cinema aceitou o desafio do Centro Cultural de Belém (CCB) para encenar o espetáculo “Amália - A Voz Maior do que o Fado” que sobre ao palco do Grande Auditório dias 26 e 27 às 19 horas.
A assinalar o centenário da fadista, Botelho vai reunir no palco as vozes da soprano Ana Quintans, dos fadistas Camané e Ricardo Ribeiro e da espanhola Luz Casal. O espetáculo conta também com o pianista Mário Laginha, e os guitarristas Carlos Manuel Proença, Gaspar Varela, José Manuel Neto, entre outros.
Em entrevista à Renascença, João Botelho recorda que só teve “um pequeno encontro com a Senhora Dona Amália”. Quando estava a rodar o seu segundo filme “Um Adeus Português”, o realizador andou a procurar “a melhor explicação para o Fado” e bateu por isso à porta da Diva do Fado. Amália, recorda Botelho, disse-lhe: “João, faça o que quiser!”. O realizador utilizou, então, na pelicula o “Fado Português”, um poema que ainda hoje sabe recitar de core.
Para o espetáculo que preparou para o CCB, João Botelho explica que vai ouvir-se a voz de Amália cinco vezes. “Barco Negro” e “Com Que Voz” serão dois dos fados que serão escutados, mas também algumas das canções americanas que a fadista interpretou ao longo da sua carreira.
Os outros fados vão chegar até ao público através das vozes de Ricardo Ribeiro, Ana Moura, mas também da cantora lírica Ana Quintans. Já para o final do espetáculo está reservado o fadista Camané “que cantará os grandes poetas” que Amália interpretou. De Espanha virá a galega Luz Casal que “é uma grande interprete”, explica Botelho que remata dizendo que a cantora sempre teve “uma boa relação com Amália”.
Com arranjos musicais de Daniel Bernardes, desenho de luz de Rui Seabra e desenho de vídeo de Eduardo Cunha, o espetáculo “Amália – A Voz Maior do que o Fado” conta ainda com a presença dos músicos Ana Pereira, Joana Cipriano, Nuno Abreu e Tomás Soares do Quarteto de Cordas.
Antecipado, em relação às datas e horas para que estava previsto, este concerto que conta com a narração de Pedro Inês vai assinalar os cem anos sobre o nascimento da fadista que recorda João Botelho “tinha a noção do seu poderio” enquanto artista. O realizador lembra as palavras de Amália que dizia: “Exprimir a alma portuguesa, eu?! Não, eu exprimo a minha alma!”.
Os bilhetes para o espetáculo de dias 26 e 27 de novembro, às 19h00 no Grande Auditório do CCB já estão à venda.