07 jan, 2021 - 15:47 • Maria João Costa
Depois de um ano de interrupção, o Prémio literário LeYa volta este ano a ser atribuído. O grupo editorial anunciou esta quinta-feira, em comunicado, que o prémio sofre, no entanto, uma redução no valor pecuniário, passa de 100 mil euros para 50 mil euros. O corte a metade é justificado com um ajustar à realidade do mercado editorial, indica fonte da editora.
Instituído em 2008, o prémio foi suspenso em abril do ano passado. No comunicado hoje divulgado a editora lembra que a interrupção deu-se por “força da gravíssima crise” vivida, no ano em que teve inicio a pandemia e que obrigou o setor livreiro a parar a atividade.
Na altura, a direção do grupo editorial referiu-se às dificuldades "para recolher e selecionar em tempo útil os originais" enviados, face ao “encerramento temporário (por tempo indefinido) das instalações da empresa" ao "regime de teletrabalho adotado” na empresa.
Agora, “manter o prémio obriga, porém, a alterar o seu valor”, refere em comunicado a Leya, que sublinha, no entanto, que este continua “a ser o galardão literário de valor mais elevado instituído e sustentado no espaço da lusofonia por uma entidade privada”.
A decisão hoje conhecida e confirmada pela Renascença foi tomada depois de ouvido o presidente do júri do Prémio Leya, o poeta Manuel Alegre. O regulamento do concurso de 2021 foi já hoje divulgado no site da editora e as candidaturas poderão ser enviadas até 30 de abril.
Criado em 2008, o Prémio Leya tem vindo a dar aos leitores obras inéditas de escritores de língua portuguesa.
Exemplo disso é "Torto Arado", do brasileiro Itamar Vieira Júnior, o mais recente romance galardoado com o Prémio Leya, em 2018 que recebeu em 2020, também o Prémio Oceanos.
Entre os galardoados com o Prémio Leya nos últimos anos estão autores como o brasileiro Murilo de Carvalho, com "O Rastro do Jaguar"; autores portugueses como João Ricardo Pedro ou Afonso Reis Cabral, bem como o moçambicano João Paulo Borges Coelho, em 2009, com o livro "O Olho de Hertzog".
Em 2019, tal como em 2010 e 2016, o júri decidiu não atribuir o prémio dada "a falta de qualidade" dos originais recebidos.