28 jan, 2021 - 08:58 • Cristina Nascimento
A Universidade do Minho e uma empresa têxtil criaram um pijama inteligente que ajuda a combater os distúrbios do sono.
Chama-se "ProtectSleep" e recorre a várias técnicas para diminuir os problemas de quem não consegue dormir bem. O projeto foi desenvolvido durante dois anos, entre 2018 e 2020, e está pronto para chegar ao mercado no decorrer de 2021.
“É um pijama que permite minimizar os problemas relacionados com distúrbio do sono, como por exemplo a apneia”, diz à Renascença João Bessa, coordenador de investigação da Fibrenamics, Universidade do Minho.
Mas afinal o que tem de diferente este pijama? Grande parte da inovação passa pelo tipo de tecido em que é feito. Por um lado, estimula a circulação sanguínea e, por outro, faz micro massagens. Tem também incorporado óleos essenciais que, libertando o seu odor, contribuem para um melhor descanso.
“É um produto de nova geração”, diz o diretor comercial da empresa associada ao projecto, a Impetus, que vai comercializar o produto.
Neste momento, decorrem os processos sempre burocráticos de registo da patente e a ideia é ainda este ano chegar ao mercado.
“O nosso objetivo estratégico é avançar para Portugal e Espanha, que são mercados tradicionais para nós, e no segundo semestre avançar para França”, refere Manuel Torres, admitindo a hipótese de ceder o exclusivo de venda do produto a uma grande empresa.
Há decisões ainda por tomar, mas um dado é certo: “Será um produto premium, de gama média alta”.
Manuel Torres detalha que serão feitos modelos apenas para adultos, de homem e senhora, e com uma grande variedade de tamanhos.
Numa primeira estimativa de vendas, Manuel Torres aponta para uma meta inicial de 40 mil unidades, vendidas em Portugal e Espanha, um número que, garante, “não é nada por ai além”, admitindo que pode ter que ser revisto em alta.
Este produto, o pijama inteligente "ProtectSleep", é mais um produto têxtil desenvolvido em parceria entre a Impetus e a Universidade do Minho. Anteriormente, já tinham desenvolvido a ProtectDry, uma linha de roupa interior com capacidade de absorção de líquidos para ajudar quem sofre de incontinência urinária.
Esta parceria é para manter, diz João Bessa, pois, na sua opinião, este tipo de dinâmica é o que faz sentido.
“Sempre defendemos e continuamos a defender que o desenvolvimento da investigação e da inovação não deve ser feito para ficar ‘aprisionado’, como muitas vezes fica, num conjunto de artigos científicos ou de patentes, mas que deve contribuir para depois ser aplicado em produtos específicos, chegar ao mercado e á sociedade”, defende o investigador da Universidade do Minho.