16 mar, 2021 - 16:47 • Lusa
França vai restituir um quadro de Klimt aos descendentes de uma colecionadora de judia que foi espoliada pelos nazis, anunciou a ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot-Narquin.
A obra, adquirida pelo Estado francês na década de 1980 e que está atualmente em exposição no Museu d"Orsay, em Paris.
O quadro vai ser devolvido depois da aprovação e consequente promulgação de um projeto-lei que vai enquadrar a restituição de obras que figuram em instituições públicas, com o propósito de "reconhecer o sofrimento e os crimes" que a família sofreu.
"Hoje sabemos que se trata efetivamente de uma obra que foi expropriada na Áustria em agosto de 1938", disse a ministra durante uma conferência de imprensa.
A proprietária do quadro era Nora Stiasny, uma colecionadora e sobrinha de uma figura relevante da burguesia judia austro-húngara e que foi morta num campo de concentração em 1942, vítima dos horrores perpetrados pelos nazis durante o Holocausto.
Os nazis obrigaram a colecionadora a vender o quadro, que tinha herdado, a um preço irrisório.
Gustav Klimt (1862-1918) foi um pintor simbolista austríaco, líder do Movimento da Secessão de Viena. Os seeus trabalhos mais famosos pertencem à chamada "fase dourada", em que utilizou folhas de ouro e retratou sobretudo mulheres adornadas por pequenos objetos e formas geométricas, cujo melhor exemplo é o famoso "O Beijo".