31 mar, 2021 - 20:50 • Lusa
A Câmara da Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, vai estabelecer um centro de formação para a produção da típica Camisola Poveira, de forma a promover a comercialização e internacionalização deste produto, anunciou o autarca Aires Pereira.
"A ideia é dar alguma profissionalização à produção da camisola, embora não perdendo a sua matriz artesanal. Queremos montar esta valência no Centro Empresarial do Concelho e com isso promover a comercialização e internacionalização deste símbolo cultural do concelho", disse Aires Pereira.
A autarquia quer dar uma "maior abrangência" às iniciativas de formação e produção que costumam ser desenvolvidas no Museu Municipal e na Junta de Freguesia, atraindo "novas gerações para esta arte".
Isto porque com a recente polémica envolvendo a estilista norte-americana Tory Burch, que copiou a Camisola Poveira e anunciou-o como criação própria, colocando à venda nas suas lojas físicas e na internet, a procura por este artigo disparou na última semana.
"Estamos a preparar uma resposta integrada a esses pedidos, que têm sido muitos. Pretendemos usar as plataformas digitais para criar uma centralidade nas encomendas, mas não abdicamos do cariz artesanal e do padrão de qualidade e história, que será certificado", explicou o autarca.
Aires Pereira lembrou que cada camisola "demora cerca de 50 horas a ser confecionada" e que o cariz artesanal "não pode ser alterado", deixando também a garantia de que o aumento da procura não vai influenciar o preço de venda.
"Não queremos responder aos pedidos fazendo camisolas em série. Iremos dar resposta dentro da capacidade de produção das pessoas certificadas e que sempre fizeram este trabalho. E os preços vão ser os mesmos que eram cobrados até aqui. Não queremos tirar qualquer vantagem comercial de tudo isto", vincou o autarca.
O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim deu ainda conta de que o processo judicial que o Estado Português está a preparar para interpor na justiça norte-americana contra a estilista Tory Burch, está em andamento.
"Estamos em contacto com os juristas do Governo para que a ação seja colocada, tal como foi o compromisso do Ministério da Cultura. Estamos a fornecer toda documentação necessária para tal. Não é algo que será esquecido", garantiu Aires Pereira.