18 mai, 2021 - 08:15 • Lusa
A lotaria instantânea do Património vai ficar disponível a partir desta terça-feira, Dia Internacional dos Museus, um ano depois do previsto, com o objetivo de angariar verbas para o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.
Com um valor facial de um euro, a "raspadinha" do Património vai ter um prémio máximo de 10 mil euros, segundo o Ministério da Cultura.
A Lotaria do Património Cultural, que chegou a ser anunciada para o ano passado, foi inscrita no Orçamento do Estado de 2021 para ajudar a responder a "necessidades de intervenção de salvaguarda e investimento", em património classificado ou em vias de classificação, segundo as prioridades definidas pelo Governo para este ano.
Além de servir para angariar verbas que irão reforçar o Fundo de Salvaguarda do Património Cultural, segundo a ministra da Cultura, Graça Fonseca, a Lotaria do Património Cultural tem também o objetivo de "envolver todos".
"Para que cada cidadão se sinta parte da missão nacional de preservar o património. Fazer com que cada um de nós se sinta parte de algo que tem de ser de todos. 2021 será também o ano de envolvermos todos nesta missão nacional", afirmou a ministra Graça Fonseca, em fevereiro, durante uma audição na comissão parlamentar de Comunicação e Cultura.
A secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, na mesma audição parlamentar, lembrou que a Lotaria do Património "esteve prevista no Orçamento do Estado para 2020", mas só agora é lançada visto que se trata de um "processo muito complexo, nomeadamente no que diz respeito a questões de segurança".
No entanto, o processo não esteve isento de críticas: o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, disse, em março deste ano, que iria promover um estudo sobre o impacto social do vício da 'raspadinha', na esperança de que o Governo reponderasse o lançamento da nova lotaria instantânea.
Um estudo realizado por Daniela Vilaverde e Pedro Morgado revela que em 2018 o valor das raspadinhas vendidas em Portugal foi de 1.594 milhões de euros, o que significa que cada pessoa gastou, em média, cerca de 160 euros por ano nas lotarias instantâneas.