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Morreu o escritor António Torrado

11 jun, 2021 - 18:38 • Maria João Costa , com redação

Autor editou mais de uma centena de obras literárias, em particular para a infância.

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O escritor português António Torrado, autor de mais de uma centena de obras literárias, em particular para a infância, morreu esta sexta-feira em Lisboa, aos 81 anos, confirmou à Renascença fonte da família.

António Torrado morreu em casa, em consequência de doença prolongada.

Poeta e dramaturgo premiado, antigo professor do ensino secundário, António Torrado esteve desde cedo ligado à pedagogia, à produção literária para os mais novos, à recuperação e reinterpretação do conto tradicional e à promoção da leitura.

"O mercador de coisa nenhuma", "A chave do castelo azul e outras histórias" e "O veado florido" são algumas das obras escritas por António Torrado, distinguido em 1988 com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens.

Em entrevista ao programa Ensaio Geral da Renascença, em 2012, António Torrado defendia que os autores de livros para adultos deviam agradecer aos escritores de livros infantis que fazem nascer novos leitores.

"Eu acho que os escritores exclusivamente para adultos deviam, de vez em quando, agradecer-nos a nós, escritores para os mais novos, o facto de nós termos conquistado para eles um público de leitores. Porque, senão fossemos nós, escritores de pequenas histórias, nós que gostamos de contar e de ter à nossa volta um público atento, os escritores para adultos, talvez, pudessem sentir também que nós somos a antecâmara de toda a literatura, sendo já literatura", disse António Torrado, para quem "a infância pode perdurar em nós".

A escritora Alice Vieira já lamentou a morte do seu colega de profissão, numa mensagem publicada nas redes sociais.

"Acabei agora mesmo de saber, através da Cristina Taquelim, que morreu o escritor António Torrado. Ainda não sei mais nada. Amigo de tantos anos e de tantas viagens e de tantas andanças e de tantos livros e de tantas conversas......Ainda me custa a acreditar...", escreveu Alice Vieira.

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