29 jun, 2021 - 11:51 • Olímpia Mairos
O escritor moçambicano Mia couto vai receber em Esposende, a 9 de julho, o Prémio Literário Manuel de Boaventura.
O romance “O Mapeador de Ausências”, foi eleito pelo júri, no dia 25 de fevereiro, entre 104 obras provenientes de vários países de língua portuguesa.
Trata-se de uma “narrativa de elevada maturidade literária que, com particular sensibilidade, consegue cruzar tempos distintos da realidade moçambicana, oferecendo ao leitor uma expressiva representação do país no período colonial e pós-colonial”, pode ler-se na nota.
O romance premiado retrata a história do regresso de Diogo Santiago, prestigiado e respeitado intelectual moçambicano, professor universitário e poeta, à sua terra natal, a cidade da Beira, nas vésperas do ciclone que a arrasou em 2019, para receber uma homenagem que os seus concidadãos lhe querem prestar. O regresso à Beira é também o regresso a um passado longínquo, à sua infância e juventude, quando ainda Moçambique era uma colónia portuguesa.
Além da cerimónia de entrega do prémio, que está agendada para as 17h00 de 9 de julho, a presença de Mia Couto servirá para uma conversa informal, no sábado, dia 10, pelas 21h30, tendo como tema “Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra”, com a participação do escritor, do presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira e de Sérgio Guimarães de Sousa, professor da Universidade do Minho.
Depois no dia 11, Mia Couto vai ter um encontro com leitores no Café Hygge Bar da Praia Esposende, tendo como mote “Mar me quer”.
O Prémio Literário Manuel de Boaventura foi instituído pela Câmara de Esposende, com o intuito de homenagear e divulgar este escritor e homem de cultura, natural de Vila Chã, Esposende. Tem periodicidade bienal e um valor pecuniário de 7. 500 euros, contempla a modalidade da criação narrativa de Romances ou de Contos da autoria de escritores de língua portuguesa.
O escritor moçambicano Mia Couto sucede a Ana Margarida de Carvalho que, em 2017 venceu o prémio literário Manuel Boaventura com a obra “Não se pode morar nos olhos de um gato” e a Filipa Martins que, em 2019, venceu com o livro “Na Memória dos Rouxinóis”.