08 set, 2021 - 18:09 • Lusa
A candidatura das Festas do Povo de Campo Maior (Portalegre) a Património Cultural Imaterial foi aceite pela UNESCO e vai ser analisada em dezembro, na 16.ª reunião do Comité do Património Mundial, no Sri Lanka.
A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo explica, em comunicado, esta quarta-feira, que a candidatura, a "única" apresentada por Portugal, foi aceite pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e vai ser analisada entre os dias 13 e 18 de dezembro, em Colombo, no Sri Lanka.
As Festas do Povo de Campo Maior, no distrito de Portalegre, passaram, em dezembro de 2018, a estar inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e o processo relativo à candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, está em curso desde 2015.
Tradição secular e realizadas pela última vez em 2015, estas festividades tradicionais são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo localizadas no centro histórico, "engalanadas" com milhares de flores de papel, feitas pela população.
Promovidas pela Associação das Festas do Povo de Campo Maior, as festas na vila alentejana só se realizam quando a população quer e são reconhecidas internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem, durante meses, a ornamentação das ruas.
O presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo considerou um “motivo de orgulho e alegria” a aceitação pela UNESCO da candidatura.
“É um motivo de orgulho e de alegria para todos nós que trabalhamos este território, independentemente de ser ou não turismo. Aliás, esta candidatura tem fundamentalmente uma vertente cultural”, disse Vítor Silva, em declarações à agência Lusa.
“Estou perfeitamente convencido” de que a candidatura “vai ser aprovada”, afiançou o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo, uma das entidades promotoras da iniciativa, juntamente com a Câmara de Campo Maior e a Associação das Festas do Povo de Campo Maior.
Segundo Vítor Silva, a candidatura “está muito bem feita e preenche todos os requisitos que a UNESCO exige nestas circunstâncias, nomeadamente por ser uma manifestação popular e não elitista, ser uma coisa enraizada no povo”.
A aceitação da candidatura, fruto de “um trabalho importante” que foi realizado, é, pois, também “um passo importante” rumo ao objetivo final, a classificação.