09 nov, 2021 - 12:04 • Maria João Costa
João Pinharanda não é um estranho na Fundação EDP, já foi curador de várias exposições no edifício da Central Tejo e criou diversos prémios de arte na instituição na qual foi durante 15 anos programador cultural. Agora, o curador e crítico de arte vai assumir o cargo de diretor artístico do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa. Pinharanda sucede assim a Beatrice Leanza, a partir de janeiro do próximo ano.
Em comunicado, a Fundação EDP que tutela o MAAT refere que João Pinharanda já está a trabalhar desde julho na programação cultural do museu para o próximo ano. O projeto “passará por reforçar o lugar do museu no centro dos debates artísticos e culturais contemporâneos, na cidade, no país e internacionalmente”, refere o comunicado.
O anúncio do sucessor de Beatrice Leanza, que deixa o museu no final do ano, surge quatro dias depois das Fundações EDP e Serralves terem assinado um protocolo de entendimento que prevê uma parceria de longo prazo para o espaço cultural da Fundação EDP em Lisboa, que passará a ser gerido por Serralves.
Segundo a EDP, a escolha de João Pinharanda tem como propósito “reforçar a presença de artistas e criadores nacionais de todas as áreas” no MAAT. O curador de 64 anos, foi até este ano adido cultural da Embaixada de Portugal em Paris e diretor do Centro Cultural Português em Paris – Camões.
Já antes, Pinharanda trabalhou na Fundação EDP. Foi programador entre 2000 e 2015 e responsável por criar e promover os Prémios de Arte dinamizados pela instituição, nomeadamente o Prémio Novos Artistas Fundação EDP e o Grande Prémio Fundação EDP. O curador é também um profundo conhecedor da Coleção de Arte da Fundação EDP na qual tem participado na sua constituição.
Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, e Mestre em História de Arte, pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Nova de Lisboa, João Pinharanda tem também uma carreira académica.
Quanto a atual diretora, Beatrice Leanza que gere o MAAT desde 2019, e cuja programação foi também atingida pelo período de pandemia, com o encerramento do museu, irá continuar a colaborar durante o próximo ano.
Será leva a cabo a segunda parte da exposição “Earth Bits - Sensing the Planetary”, que inclui um programa de investigação “Visual Natures: The Politics and Culture of Environmentalism in the XX and XXI Centuries”, com design da arquiteta brasileira Carla Juaçaba, e que inaugurará em março. Também da lavra da sucessora de Pedro Gadanho será uma exposição do artista Didier Fiúza Faustino, prevista para outubro de 2022.
Inaugurado em 2016 com projeto da arquiteta britânica Amanda Levete, o MAAT teve até ao momento 1,28 milhões de visitantes e 85 exposições realizadas desde a inauguração, há cinco anos.