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Sé do Porto. Restauro na Capela-Mor revela pinturas murais

12 nov, 2021 - 14:43 • Maria João Costa

A abóbada da Capela-Mor da Sé do Porto terá tido pinturas murais. A confirmação surge numa altura em que decorrem as obras de reabilitação. O projeto, orçado em um milhão de euros, deverá terminar no início de 2022.

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É um dos monumentos mais visitados da cidade do Porto. A Sé do Porto está a ser alvo de obras de reabilitação desde abril. A intervenção na Capela-Mor confirma existência de pinturas murais em toda a abóbada. Construída a partir de 1606, com estrutura romano-gótica dos séculos XII e XIII, a Capela-Mor sofreu diversas remodelações no período barroco.

Em comunicado, a Delegação Regional de Cultura do Norte (DRCN) indica que “a equipa de investigação das universidades do Porto e do Minho analisa agora a hipótese de estas pinturas poderem estar integradas no programa decorativo concebido no século XVIII por Nicolau Nasoni para este espaço”.

Orçada em um milhão de euros, a obra que só deverá terminar no início do próximo ano é da responsabilidade do Cabido Portucalense e conta com a direção técnica da DRCN. A intervenção “visa antes de mais a resolução de problemas estruturais e a limpeza e tratamento das paredes exteriores”.

Quem vê de fora a Sé verifica as estruturas de andaimes e uma cobertura provisória, para garantir a “proteção até à total substituição do telhado”, explica o comunicado. Já no interior do monumento, uma tela gigante esconde “a azáfama diária de várias equipas de especialistas, desenvolvendo um minucioso trabalho de conservação e restauro da talha dourada, pintura e escultura da capela-mor”.



Exemplar de referência do barroco português, visitada anualmente por milhares de turistas, a Sé tem vindo a ser alvo de diversas intervenções desde 2009, no contexto da chamada operação “Rota das Catedrais”, promovida pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

O restauro da capela-mor da Sé do Porto será mais tarde tratado em livro, uma publicação que reunirá “os resultados da investigação histórica em curso, descrevendo pormenorizadamente os trabalhos realizados”.

Segundo o comunicado da DRCN, a edição vai “integrar a coleção editorial Património a Norte” e “envolverá ainda o levantamento gráfico do edifício e um extenso registo fotográfico e videográfico dos trabalhos realizados, incluindo conteúdos multimédia, como vídeos, visitas virtuais, ‘time lapse’ e modelações 3D”.

Classificada como Monumento Nacional pela DGPC desde 1910, a Sé do Porto recebia antes do período pandémico “uma média de 30 mil visitantes por mês”.

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