24 nov, 2021 - 16:39 • Maria João Costa
No ano em que se começaram a celebrar os 100 anos do nascimento de José Saramago, o prémio literário que leva o nome do Nobel da Literatura está de regresso. Interrompido no último ano devido à pandemia de Covid-19, o galardão conhece agora uma décima segunda edição.
Em comunicado, a Fundação Círculo de Leitores, em articulação com a Fundação José Saramago que atribuem o prémio, indica esta quarta-feira que “a partir desta edição, o Prémio passará a distinguir obras de ficção inéditas de autores da lusofonia até aos 40 anos” e “passará a ter como jurados escritores anteriormente galardoados com o prémio – José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Bruno Vieira Amaral”.
Criado “como instrumento para a defesa da língua através do estímulo ao surgimento de jovens escritores” e para celebrar a atribuição do Nobel ao autor de “O Ensaio sobre a Lucidez”, o prémio reconheceu “muitos daqueles que se tornaram os mais destacados autores de língua portuguesa das últimas duas décadas”, indica o comunicado.
Nas suas onze edições, o prémio destacou escritores como os brasileiros Julián Fucks, Andreia del Fuego ou Adriana Lisboa, o angolano Ondjaki ou os portugueses Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Bruno Vieira Amaral ou Afonso Reis Cabral.
Vinte anos depois da sua criação, o prémio no valor de 40 mil euros vai oferecer “simultaneamente ao vencedor a publicação da obra vencedora em Portugal (pelo Grupo Porto Editora) e no Brasil (pela Globo Livros), bem como a distribuição da mesma em todos os países da lusofonia”.
Em comunicado a organização explica que “serão também atualizados o regulamento e o processo de apresentação de candidaturas, sendo que estas decorrerão a partir de janeiro de 2022, sob pseudónimo, em plataforma online criada para o efeito”.
Segundo Paulo Oliveira, presidente do conselho de administração da Fundação Círculo de Leitores, a participação dos “herdeiros de Saramago” no prémio “honram e potenciam o legado do nobel”.
Já a editora Guilhermina Gomes, que ocupa o cargo de presidente do júri do Prémio Literário José Saramago, mostra-se “entusiasmada pelas novas possibilidades que esta configuração do Prémio permite, potenciando o futuro com total respeito pelo legado incrível que queremos preservar.”
Pilar del Rio, a presidente da Fundação José Saramago, considera que “esta nova configuração do Prémio mostra o dinamismo do legado de Saramago, sincronizando-se com o ano de celebração do centenário do nascimento do autor.”