03 dez, 2021 - 13:20 • Rosário Silva
A vida e a obra da poetisa Florbela Espanca estão na génese de duas exposições patentes, até ao final do mês, na Biblioteca Pública Municipal de Setúbal.
Organizada pela Sociedade Portuguesa de Autores, a mostra itinerante, fotográfica e documental, intitulada “Perdidamente”, é composta por 19 painéis que homenageiam a obra de Florbela Espanca e todos os que musicaram e cantaram os seus poemas.
“Nos painéis espalhados pelo segundo piso da biblioteca é possível ver imagens de trabalhos discográficos inspirados na obra de Florbela Espanca de cantores e compositores como Mariza, Cristina Bacelar, Simone de Oliveira, Tony de Matos, Ágata e Luz Sá da Bandeira, e de discos de poesia recitada por Eunice Munõz e Vítor de Sousa”, refere a nota de imprensa enviada à Renascença.
Há também “recortes de jornais do século XX com notícias sobre a morte de Florbela Espanca e homenagens que lhe foram prestadas a título póstumo, bem como crónicas escritas por diversos autores e poemas”, menciona.
A segunda exposição, de cariz biobibliográfico, reúne, em três vitrines localizadas na sala de leitura do rés-do-chão e no segundo piso, adianta o município de Setúbal, “livros da autoria de Florbela Espanca e outros de autores que escreveram sobre a vida e obra da poetisa, pertencentes ao espólio da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal”.
Florbela Espanca, que nasceu em 1894 em Vila Viçosa, foi uma das primeiras mulheres portuguesas a frequentar o curso secundário no Liceu Masculino André de Gouveia, na cidade de Évora, onde concluiu o curso de Letras, e a primeira a ingressar no curso de Direito da Universidade de Lisboa.
A sua obra literária, iniciada quando tinha apenas 9 anos, “é inspirada numa vida intensa e conturbada do ponto de vista sentimental, marcada pela rejeição do pai, pela morte prematura do irmão e por relações amorosas instáveis”, refere a sua biografia.
Aos 36 anos, quando morreu em Matosinhos, tinha duas obras publicadas: “Livro de Mágoas” e “Livro de Sóror Saudade”. Preparava-se para lançar um terceiro trabalho, “Charneca em Flor”, que viria a ser publicado em 1931, um ano depois da sua morte.
A título póstumo foram também publicados “Cartas de Florbela Espanca”, “Juvenília” e “As Marcas do Destino”, os três por Guido Battelli, um novo livro de “Cartas de Florbela Espanca”, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro, “Diário do último ano seguido de um poema sem título”, com prefácio de Natália Correia, e “Dominó Preto”.
Estas exposições que agora chegam a Setúbal, realizam-se no âmbito do projeto municipal “Autor do Mês”. Podem ser visitadas até dia 31 de dezembro, de segunda a sexta-feira das 09h00 às 19h00 e ao sábado, das 14h00 às 19h00.