22 dez, 2021 - 11:17 • Maria João Costa
Alguns são verdadeiros ícones da cidade de Lisboa, como o famoso letreiro luminoso do Hotel Ritz. É um dos que está exposto na mostra “Brilha Rio”, que reúne um conjunto de antigos letreiros luminosos.
Ao todo, são expostas 70 peças da Coleção Projeto Letreiro Galeria, que revelam a memória de uma cidade que tem vindo a desaparecer. Estes letreiros de antigos estabelecimentos comerciais de Lisboa resgatam a memória gráfica da cidade.
Numa parceria com a Plataforma P’LA ARTE, esta exposição vai buscar o nome a um desses letreiros: o neón vermelho com as letras “Brilha Rio”, também exposto nesta mostra com entrada gratuita.
A equipa organizadora tem vindo, ao longo dos anos, a recuperar os letreiros. Em comunicado, explicam que “a grande maioria destes objetos teriam sido destruídos se não tivessem sido resgatados por este projeto”.
Trata-se de “tabuletas de vidro ou de plástico, néons, portas corta-vento, caixas de luz e letras em metal, que foram retirados das fachadas após o encerramento do estabelecimento ou quando tomam a decisão de substituir o letreiro antigo por impressões digitais, ou letras com sistema de LED”, explica-se.
Estes letreiros que encheram as fachadas urbanas de Lisboa são mostrados nesta exposição organizada por áreas comerciais. No percurso de “Brilha Rio” há zonas dedicadas a “cabeleireiros, sapatarias, vestuário, restauração, automóveis, oculistas e hotelaria”.
Mas não são só letreiros de Lisboa. Há também das zonas do “Porto, Almada, Carcavelos, Moscavide, Silves e Vila Franca de Xira”.
Entre os itens expostos estão casos “icónicos” como o da “Casa Frazão”, na Rua Augusta, Sapataria “Cerimónia”, na Rua Alexandre Herculano, a “Pastelaria Suíça”, na Praça do Rossio, vestígios da casa Pereira, na Rua Garrett, o Hotel “Ritz” na Rua Rodrigo da Fonseca, o “Alfaiate Joaquim Barbosa” na Av. Infante Santo, entre muitos outros letreiros, que fazem parte de uma memória coletiva – visual e emocional”.
Rita Múrias e Paulo Barata, os fundadores do Projeto Letreiro Galeria, têm vindo desde 2014 a trabalhar na salvaguarda desta memória gráfica. Recentemente, juntaram mais uma das “pérolas de Lisboa” à coleção: o “painel de desenhos publicitários dos combustíveis BP que, durante 60 anos, esteve numa garagem da Rodrigues Sampaio”, da autoria de Fernando Bento, ilustrador e autor de banda desenhada.
“Desde o início do projeto, temos vindo a lutar pela preservação deste património e para arranjar um espaço permanente para fazer um museu ou armazém expositivo. Esperamos que esta exposição consiga transmitir, mais uma vez, a importância que este projeto tem para a cidade de Lisboa”, afirma Rita Múrias e Paulo Barata.
A exposição vai estar patente até dia 5 de março e poderá ser visitada de sexta a domingo, entre as 15h00 e as 20h00. Tudo, no parque de estacionamento do Prata Riverside Village, em Marvila (Lisboa).