28 dez, 2021 - 14:38 • Maria João Costa
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Para acesso a eventos culturais é necessária a apresentação de um teste negativo PCR ou antigénio à Covid-19 realizado antes do espetáculo, até ao dia 2 de janeiro, indica a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS esclarece em comunicado que, por lapso, foi publicada uma atualização da norma de acesso a eventos culturais que permitia o acesso só com certificado de vacinação.
A obrigatoriedade de teste negativo está a gerar diferentes interpretações e casos. Basta percorrer as bilheteiras de alguns dos eventos previstos para os próximos dias para encontrar casos díspares.
No caso do Concerto de Ano Novo no Coliseu de Lisboa, com a Strauss Festival Orchestra, a 10 de janeiro, surge a indicação clara que “não são aceites autotestes”. O promotor deste espetáculo explica que não aceita também “testes que não venham acompanhados do respetivo resultado laboratorial”.
Já o Circo Victor Hugo Cardinali, que está no Parque das Nações em Lisboa por estes dias, indica que além da apresentação dos testes PCR e antigénio, o público poderá fazer um autoteste “realizado no momento à porta do circo”. Neste caso, o autoteste é feito “sob verificação de um responsável do circo”.
Outro exemplo é o do espetáculo “A Nova Cinderela no Gelo”, com Carolina Deslandes, que está em cena até 9 de janeiro na AM Arena, em Matosinhos. Aqui, pode ler-se na bilheteira digital, até dia 2 de janeiro é aceite o “resultado negativo, na modalidade de autoteste, realizado no local com supervisão” e que “o certificado digital Covid de vacinação deixa de ser válido no acesso ao recinto e ao espetáculo nestas datas”. Depois entre dia 3 e dia 9 “deixa de ser permitido teste rápido antigénio em modalidade de autoteste, realizado no local”.
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Também o Teatro da Trindade, em Lisboa, que tem em cena o musical “Chicago” até dia 30 de dezembro, esclarece, no que toca aos autotestes, que não são aceites “testes rápidos/autoteste efetuados no local” e justifica: “visto o Trindade não apresentar um espaço adequado e com as condições de segurança necessárias à realização dos mesmos”.
Sem referir os autotestes, o Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, que tem o seu Concerto de Ano Novo a 2 de janeiro, escreve que o “teste rápido realizado nas 24h00 anteriores à sua apresentação para acesso ao teatro” só é válido se for com a “supervisão e certificado por profissional de saúde” que emita documento que deverá apresentar à porta.
Caso diferente é o do Centro Cultural de Belém que, para evitar sala vazia no seu Concerto de Ano Novo no próximo dia 1 de janeiro, com espetáculos às 11h00 e às 17h00, resolveu antes, na próxima quinta-feira, dia 30 de dezembro, montar um posto de testagem exclusivo para o concerto.
Assim, entre as 10h00 e as 17h00, o público que tenha bilhete poderá realizar no CCB um teste rápido de antigénio, sem custos. O CCB pede apenas que o público faça a marcação.
Mas o CCB indica também que serão “aceites autotestes, desde que feitos à entrada do auditório, até 15 minutos antes do início do espetáculo, e mediante supervisão da frente de sala”. Neste caso o público deverá trazer o autoteste consigo.
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O Coliseu do Porto “𝐝𝐢𝐬𝐩𝐨𝐧𝐢𝐛𝐢𝐥𝐢𝐳𝐚 𝐚 𝐬𝐮𝐩𝐞𝐫𝐯𝐢𝐬ã𝐨/𝐯𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚çã𝐨 𝐚 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐢𝐬𝐞𝐫 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐚𝐮𝐭𝐨𝐭𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐫 𝐧𝐚 𝐬𝐚𝐥𝐚” de espetáculos.
“Quem optar por fazer o autoteste, deve dirigir-se à Rua Formosa n.º 151 [traseiras do Coliseu], nas duas horas que antecedem o início da sessão a que vai assistir, e trazer o seu kit autoteste para ser realizado no local, sob supervisão por um elemento da Cruz Vermelha Portuguesa”, explica o Coliseu do Porto, numa informação à Renascença.
Se o teste Covid der negativo, o supervisor passa um comprovativo com a identificação da pessoa e a validade, que será de 24h00. Com este documento poderá entrar no Coliseu. Os espetadores também podem apresentar testes PCR realizados até 72 horas, 𝐭𝐞𝐬𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐚𝐧𝐭𝐢𝐠é𝐧𝐢𝐨 𝐚𝐭é 𝟒𝟖𝐡00 𝐨𝐮 𝐨 𝐜𝐞𝐫𝐭𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨 Covid-𝟏𝟗 𝐜𝐨𝐦 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞 𝟏𝟏 𝐝𝐢𝐚𝐬 𝐞 𝐦𝐞𝐧𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝟏𝟖𝟎 𝐝𝐢𝐚𝐬. Estas regras aplicam-se aos maiores de 12 anos.
O promotor de espetáculos, Álvaro Covões, criticou esta terça-feira as medidas de combate à Covid-19 impostas à cultura.
Através da rede social Instagram, o diretor da Everything Is New e promotora do festival NOS Alive diz que a obrigatoriedade de um teste negativo está a deixar, desde dia 25, as salas de espetáculo “vazias”.
Álvaro Covões concluiu que “assim estarão até janeiro”. O promotor afirma que “um país sem cultura, é um país sem futuro” e “sem identidade".
O promotor, que classifica os agentes de cultura como “os palhaços pobres deste país” recusa apoios, diz que quer apenas trabalhar.
[notícia atualizada às 06h30, de 29 de dezembro]