23 fev, 2022 - 08:19 • Maria João Costa
Depois de ter sido notícia há dois anos, pelo caso positivo de Covid-19 do escritor Luís Sepúlveda, uma das vítimas da pandemia, e depois de uma edição digital em 2021, o Festival Correntes d’Escritas regressa ao formato presencial a partir desta quarta-feira, na Póvoa de Varzim.
A edição deste ano, diz o vereador da cultura Luís Diamantino, vai seguir as normas da Direção-Geral da Saúde. “Vamos ter lugares marcados, não será como antigamente, em que o público estava derramado pelas escadarias e por todos os recantos deste teatro”, explicou o responsável na apresentação do evento.
Público e escritores terão de usar máscara durante as sessões que decorrem na sua maioria no Cine-Teatro Garrett. Na sessão de abertura, marcada para esta quarta-feira no Casino da Póvoa, será revelado o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, que este ano vai para um escritor de prosa, e os vencedores dos prémios Luís Sepúlveda e Fundação Dr. Luís Rainha/Correntes d’Escritas.
A sessão inaugural do festival, marcada para o início da tarde de quarta-feira no Cine-Teatro Garrett, está este ano a cargo de Viriato Soromenho-Marques. Já a primeira mesa, que reunirá escritores, vai juntar autores como Álvaro Laborinho Lúcio, a poeta Filipa Leal, a Prémio Camões Paulina Chiziane, que participará à distância a partir de Moçambique, e o brasileiro Paulo Scott.
Encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian ao I(...)
Além do lançamento de diversos livros, como “Mortal e Rosa” do poeta Francisco Umbral ou “Os Olhos do Teu Avô” de Gilda Nunes Barata e Ana Afonso, o primeiro dia do festival vai juntar à noite, numa sessão intitulada “Verdes Anos”, os músicos e escritores Adolfo Luxúria Canibal, Fernando Ribeiro, Mafalda Veiga e Mû Mbana.
Na quinta-feira, segundo dia de festival, a receita repete-se. De manhã na sessão vão estar no Cine-Teatro Garrett os escritores João Pedro Vala, o espanhol José Manuel Fajardo, a brasileira Leila Nunes e a espanhola Tina Vallés. Neste encontro de escritores de expressão ibérica, na quinta-feira serão lançados os novos livros dos escritores Manuel Jorge Marmelo, Pedro Teixeira Neves, Ivo Machado, Francisco Duarte Mangas, entre outros.
Ainda na quinta-feira serão assinalados os 30 anos da personagem do inspetor Jaime Ramos, criada pelo autor Francisco José Viegas nos seus livros policiais e será apresentado o livro “Saramago – Os seus nomes”, um álbum biográfico da autoria de Alejandro García Schnetzer e Ricardo Viel.
Na sexta-feira serão apresentados diversos livros, entre eles o novo romance do ex-ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio, intitulado “As Sombras de Uma Azinheira”; “Os Beijos” do espanhol Manuel Vilas e “As Maravilhas” da espanhola Elena Medel. Nas sessões, que decorrerão na sala principal do Cine-Teatro Garrett, a da manhã vai juntar os escritores José Luís Peixoto, Manuel Vilas, Yara Monteiro e Xosé Ramon Pena.
Na tarde de sexta-feira o público das Correntes vai poder ouvir uma conversa entre os editores e marido e mulher, Manuel Alberto Valente e Maria do Rosário Pedreira. Na Fundação Dr. Luís Rainha os também poetas vão falar em torno do tema “Uma paixão, dois caminhos. Duas formas de trabalhar o livro”.
No último dia de evento, no sábado, o Cine-Teatro Garrett recebe de manhã uma sessão com os escritores Gonçalo M. Tavares, Dany Wambire, Elena Medel e Salvador Santos; já a sessão da tarde, antes da entrega dos prémios, vai juntar no palco os autores Afonso Cruz, Cláudia Andrade, Ondjaki e Onésimo Teotónio Almeida que como sempre, viajará dos Estados Unidos de propósito para ser o escritor que encerra a última sessão do festival.
Ainda durante o sábado, neste festival que marca o ritmo da edição em Portugal, serão lançados os livros “Um Dia Lusíada” de António Carlos Cortez; “Grande Turismo” de João Pedro Vala e “Escama, Rímel, Carapaça” de Manuel Halpern.
As Correntes d’Escritas chegam depois na segunda-feira, dia 28, a Lisboa para a última sessão que terá lugar, como habitualmente, no Instituto Cervantes e que juntará os escritores de língua espanhola, Elena Medel e Manuel Vilas, e o angolano Ondjaki. Além destas iniciativas, no decorrer do festival diversos autores deslocam-se às escolas locais para encontros com os alunos da região.