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Cinemateca recorda Jorge Silva Melo com exibição do primeiro filme

16 mar, 2022 - 19:56 • Lusa

Encenador e realizador morreu na segunda-feira, aos 73 anos, em consequência de um cancro. O funeral realiza-se na sexta-feira.

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A Cinemateca Portuguesa homenageia na sexta-feira o encenador e realizador Jorge Silva Melo, com a exibição do seu primeiro filme, "Passagem ou a Meio Caminho", e promete para maio uma retrospetiva, anunciou hoje a instituição.

Jorge Silva Melo morreu na segunda-feira, em Lisboa, aos 73 anos, em consequência de um cancro, e o funeral realiza-se na sexta-feira, dia em que a Cinemateca Portuguesa o recorda com a estreia cinematográfica do encenador, numa sessão de entrada gratuita.

Segundo a Cinemateca, a retrospetiva integral da obra de Jorge Silva Melo no cinema, que esteve prevista para 2020 e foi interrompida por causa da pandemia da covid-19, será retomada em maio.

A retrospetiva abrirá a 10 de maio com o filme "Agosto" e incluirá ainda filmes de eleição que Jorge Silva Melo pôde escolher, numa "carta branca" dada pela Cinemateca.

O ciclo deverá conter também filmes como "Ainda não acabámos, como se fosse uma carta" (2016), espécie de autorretrato filmado de Silva Melo, "Ninguém duas vezes" (1984), com Manuela de Freitas, Luis Miguel Cintra e José Mário Branco, "Coitado do Jorge" (1992) e "António, um rapaz de Lisboa" (2000), a partir de uma peça homónima.

"Passagem ou a Meio Caminho", de 1980, foi produzido pela cooperativa Grupo Zero, com argumento e realização de Silva Melo, a partir de uma obra de Georg Büchner. Para a equipa e elenco convocou nomes como Luís Lucas, Glicínia Quartin, Diogo Dória, Cândido Ferreira e Isabel de Castro, Acácio de Almeida, Henrique Espírito Santo, Nuno Vieira de Almeida e Solveig Nordlund.

Jorge Silva Melo foi ator, encenador, dramaturgo, realizador de cinema, escritor, guionista, tradutor, cronista, crítico, fundador e diretor da companhia de teatro Artistas Unidos.

Na terça-feira, em reação à morte de Jorge Silva Melo, o diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa, falou da perda de "uma referência absoluta".

"Perdemos uma referência absoluta, além mesmo do teatro, além mesmo do cinema, porque foi uma referência moral, para não dizer "política", no único sentido -- precisamente o de uma "moral" - em que creio que a palavra mais resistiu para toda uma geração", escreveu José Manuel Costa, na página oficial da Cinemateca.

A companhia Artistas Unidos revelou que a última peça encenada por Jorge Silva Melo, "Vida de artistas", vai estrear-se no próximo dia 23, no Teatro S. Luiz, em Lisboa.

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