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​Comemorações do 25 de Abril começam mais cedo em Lisboa

22 mar, 2022 - 18:29 • Maria João Costa

É com um concerto gratuito de Sérgio Godinho, esta quarta-feira, que começam as celebrações dos 48 anos da Revolução de 1974. O festival Abril em Lisboa, organizado pela EGEAC e autarquia de Lisboa, arranca mais cedo para assinalar o dia em que Portugal passa a viver mais tempo em democracia do que viveu em ditadura.

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A estreia de Sérgio Godinho, em nome próprio, no Campo Pequeno, já está esgotada. O concerto gratuito marca esta quarta-feira o arranque das comemorações dos 48 anos do 25 de Abril de 1974 e assinala a ultrapassagem, em número de dias, da vida em ditadura, pela vida em democracia.

No espetáculo, Sérgio Godinho terá como convidados nomes como Capicua, Manuela Azevedo dos Clã, Samuel Úria, o pianista Filipe Raposo e o guitarrista Tó Trips. O concerto, que nas palavras de Godinho marca a “comemoração de um momento importante da luta comum pela liberdade”, contará também com o grupo Assessores, dirigidos por Nuno Rafael.

Mas o programa do festival Abril em Lisboa, organizado pela empresa responsável pela gestão de espaços culturais (EGEAC) da capital e que hoje foi apresentado no São Luiz Teatro Municipal pelo vereador da Cultura, Diogo Moura, e pelo autarca Carlos Moedas, prevê também outros momentos.

De 2 e 25 de abril, o projeto “48”, vai intervir na cidade. Serão pintados “passeios de ruas e praças de Lisboa com pensamentos, poemas ou aforismos da autoria de 48 mulheres, escritoras, poetas e cantautoras portuguesas”, diz a EGEAC em comunicado.

Também este ano, e depois de dois anos de interrupção devido à pandemia, a autarquia volta a abrir as portas dos Paços do Concelho a visitas durante o dia 25 de abril, das 10h00 às 20h00. Já no edifício que foi sede do jornal “Diário de Notícias” vai estar a exposição “Proibido por Inconveniente - Materiais das Censuras no Arquivo Ephemera”. A mostra comissariada por Júlia Leitão de Barros e Carlos Nuno reúne o espólio do antigo eurodeputado José Pacheco Pereira pode ser visitada de 7 a 27 de abril.

Noutro ponto da cidade, no Museu do Aljube dias 23 e 24 de abril, das 16h00 às 20h00, o público é desafiado a entrar e, na antiga prisão beber “cocktails revolucionários" e dançar ao som de músicas de intervenção com Luís Varatojo, DJ Cândido aka DIDI, Surma e Tó Trips.

Também no mesmo museu haverá três murais sob orientação artística do escritor angolano Ondjaki, do ilustrador Nuno Saraiva e da arquiteta Inês Vieira da Silva.

Outra das iniciativas para celebrar abril passa pelo Cinema São Jorge, em Lisboa, onde vai decorrer o “Festival Política”, entre 21 e 24 de abril, dedicado este ano à temática da “Desinformação”. “Através de filmes, música, debates, performances, espetáculos e conversas” vai debater-se o poder do jornalismo e das redes sociais, diz a EGEAC.

No cartaz das comemorações dos 48 anos do 25 de Abril há também programação em outros espaços como no Teatro LU.CA, em Belém onde haverá uma formação para professores sobre canções de intervenção, no Museu de Lisboa com um percurso histórico pela cidade e no Museu da Marioneta com um workshop.

Comissão dos 50 anos do 25 de Abril também antecipa iniciativas

A marca de Portugal passar a viver mais dias em democracia, do que viveu em ditadura é também assinalada pela Comissão para as Comemorações dos 50 anos do 25 de abril, comissariada por Pedro Adão e Silva.

Assim, esta quarta-feira terá lugar, no Pátio da Galé, em Lisboa, a abertura solene das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, numa cerimónia em que participam o primeiro-ministro, presidente da Assembleia da República e Presidente da República.

Na iniciativa com a participação da Orquestra Geração e da poetisa Alice Neto de Sousa, haverá uma cerimónia de imposição de condecorações a 30 militares de abril, e será apresentada uma "Cápsula do Tempo – 100 anos de Democracia”.

Também na quinta-feira, dia em que Portugal já vai ter mais dias de democracia do que de ditadura, está marcado um colóquio que vai decorrer na Reitoria da Universidade de Lisboa onde diversas personalidades irão debater o papel dos movimentos associativos estudantis na construção da democracia.

Nesse mesmo dia, mas ao final da tarde será inaugurada a exposição “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril”, no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, comissariada por Álvaro Garrido.

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