15 abr, 2022 - 10:42 • lusa
A catedral de Notre-Dame de Paris, destruída em parte por um incêndio há três anos, vai voltar a poder ser visitada em 2024, mas ainda sem as obras terminadas, disse à agência Lusa o padre Nuno Aurélio.
“A data de 2024 mantém-se como reabertura e a catedral poderá ser visitada, mas não estará tudo terminado. Faltam só dois anos e talvez possa haver alguma celebração e visitas do público, mas ainda com obras por terminar”, explicou o padre português, reitor do Santuário de Nossa Senhora de Fátima de Paris.
Demorado foi também o trabalho de retirada dos andaimes que se fundiram com a estrutura da catedral durante o incêndio no dia 15 de abril de 2019. O fogo começou ao final da tarde no telhado e causou a queda deste, além de outros danos significativos. Na altura, a igreja estava a ser alvo de obras de restauro, presumindo-se que o incêndio possa estar relacionado com as mesmas.
Nos últimos três anos, o trabalho das equipas que intervêm diariamente no local serviu para assegurar a robustez da estrutura do edifício, de forma a prosseguir agora com a reconstrução do telhado e os trabalhos de restauro.
A restauração da catedral de Paris está a cargo do Estado, com 1.200 toneladas de andaimes a tornarem possível a reconstrução do que se chama a ‘floresta’ de Notre-Dame, a estrutura em madeira que suporta o telhado da igreja.
Para isso, foram cortados 1.000 carvalhos, que chegaram de toda a França e cuja madeira está agora a ser seca e tratada. Esta nova ‘floresta’ deve começar a chegar aos ateliers dos carpinteiros no início de 2023 e será depois instalada. No interior da catedral também já começaram os trabalhos de restauro, financiados pela Igreja.
Não sendo ainda possível voltar fisicamente à catedral, está disponível desde 7 de abril e até 17 de julho, no College des Bernadins, no 5º bairro de Paris, uma exposição sobre os 850 anos de história de Notre-Dame, que reconstitui através da realidade aumentada os seus momentos mais emblemáticos, desde a consagração de Napoleão como imperador até à instalação da sua emblemática flecha no século XIX, mostrando também aos visitantes as obras de reconstrução.