15 abr, 2022 - 10:55 • João Cunha com redação
O ministro da Cultura revelou que o Governo tenciona decretar luto nacional no dia do funeral de Eunice Muñoz. Pedro Adão e Silva diz que o objetivo é dar corpo ao sentimento que o país tem nesse momento: "Acho que todos os portugueses sentem uma profunda tristeza."
Nestas declarações à Renascença, o ministro avançou que o Governo tem intenção de decretar luto nacional no dia do funeral de Eunice Muñoz, uma decisão que será tomada em articulação com o Presidente da República e após uma conversa com a família.
"Foi um enorme privilégio para Portugal ter uma atriz como a Eunice Muñoz", reconhece o ministro, acrescentando que "um dos maiores elogios é que a atriz teve o aplauso e o reconhecimento em vida".
"Tinha um talento quase natural e um dom único para a representação e, por isso mesmo, para nós todos, a vida da Eunice Muñoz confunde-se com os palcos e com o teatro, é uma espécie de relação íntima que todos fomos desenvolvendo com a mulher doce e afável", disse o governante.
Uma das maiores particularidades de Eunice é que "todos os portugueses desenvolveram uma relação íntima e próxima" e isso distingue-a.
"Despedimo-nos com profunda tristeza e devemos-lhe um aplauso eterno", sublinha.
A atriz Eunice Muñoz morreu hoje, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, aos 93 anos, disse à agência Lusa o filho da atriz. Nascida na Amareleja, no distrito de Beja, em 1928, Eunice Muñoz completou em novembro 80 anos de carreira.
Filha e neta de atores de teatro e de artistas de circo, ao longo da carreira Eunice Muñoz entrou em perto de duas centenas de peças, trabalhou com cerca de uma centena de companhias, segundo a base de dados do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, no cinema e na televisão, o seu nome está associado a mais de oito dezenas de produções de ficção, entre filmes, telenovelas e programas de comédia.
Em abril do ano passado, Eunice Muñoz foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, cerca de três anos depois de ter recebido a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.
Ao longo de 2021, contracenou com a neta Lídia Muñoz, na peça "A margem do tempo", em diferentes palcos do país, numa digressão que culminou no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em 28 de novembro, exatamente 80 anos após a sua estreia.
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