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Filme "Fogo-fátuo" de João Pedro Rodrigues na Quinzena dos Realizadores de Cannes

19 abr, 2022 - 14:11 • Lusa

De acordo com a produtora Terratreme, a nova obra do realizador de "Morrer como um Homem" e de "Odete" vai ter a sua estreia absoluta no festival francês.

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O novo filme do realizador português João Pedro Rodrigues, "Fogo-fátuo", vai integrar a Quinzena dos Realizadores de Cannes, anunciou esta terça-feira a organização do evento paralelo do festival de cinema.

De acordo com comunicado da produtora Terratreme, que produz em junção com a House on Fire e a Filmes Fantasma, a nova obra do realizador de "Morrer como um Homem" e de "Odete" vai ter a sua estreia absoluta em Cannes.

"2069, ano talvez erótico - logo veremos - mas fatídico para um rei sem coroa. No seu leito de morte, uma canção antiga fá-lo rememorar árvores; um pinhal ardido e o tempo em que o desejo de ser bombeiro para libertar Portugal do flagelo dos incêndios, foi também o despontar de outro desejo. Então príncipe, Alfredo encontra Afonso. Com diferentes origens e diferentes cores de pele, encontram-se, socorrem-se e o léxico do abuso fica farrusco de desejo. Mas a exposição pública e as suas expectativas interpõem-se e Alfredo abraça um outro estado de prontidão para uma realidade improvável", pode ler-se na sinopse do filme.

Na conferência de imprensa de hoje, na qual a programação de longas-metragens foi anunciada, o comité de seleção referiu-se a "Fogo-fátuo" como "uma fantasia musical e inesperada do cineasta João Pedro Rodrigues, um conto erótico e político, no qual um jovem príncipe descobre o quotidiano de um quartel de bombeiros".

O programa de longas-metragens da Quinzena dos Realizadores inclui ainda os novos trabalhos de Mia Hansen-Løve, Nicolas Pariser, Alex Garland, bem como o filme de estreia da escritora Annie Ernaux, criado em conjunto com o filho David Ernaux-Briot.

A seleção de "curtas" e médias-metragens da Quinzena dos Realizadores vai ser revelada na próxima semana.

Multipremiado com diversas longas-metragens, a mais recente das quais "O Ornitólogo", João Pedro Rodrigues, nas palavras do centro parisiense Pompidou, "impôs a sua singularidade desde o final dos anos 1990 com uma obra de 18 filmes que reativa os géneros cinematográficos: o fantástico pós-Fantômas, o melodrama na senda de [Douglas] Sirk e [Rainer Werner] Fassbinder, o "film noir" nos passos de [Josef von] Sternberg".

Em 2016, João Pedro Rodrigues conquistou o prémio de melhor realizador no festival de cinema de Locarno (Suíça) e o prémio de melhor filme no Festival de Cinema do Recife, no Brasil.

Em 2013, presidiu ao júri do prémio Queer Palm, em Cannes, onde já tinha feito parte dos painéis de jurados da "Cinéfondation", da Palma de Ouro de curta-metragem e da Semana da Crítica.

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