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“Uma grande honra” para Graça Morais o Doutoramento Honoris Causa da UTAD

04 mai, 2022 - 12:38 • Olímpia Mairos

A pintora considera que “é mesmo muito importante que uma universidade atribua um Honoris Causa a uma mulher e a uma artista, porque não é muito comum as universidades fazerem-no”.

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A pintora Graça Morais expressa contentamento pela atribuição do Doutoramento Honoris Causa, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

“Que a UTAD me homenageie desta maneira é, para mim, uma enorme honra, até porque eu nasci nesta região”, diz a pintora.

Graça Morais dá conta de “um enorme amor ao meu País, mas em especial a estas terras que eu conheço e que lutam sempre com imensas dificuldades, a vários níveis”.

“Sinto que é importante, mas mesmo muito importante que uma universidade atribua um Honoris Causa a uma mulher e a uma artista, porque não é muito comum as universidades fazerem-no”, assinala.

Aos 74 anos, Graça Morais tornar-se-á na segunda mulher a ser distinguida com o doutoramento ‘honoris causa’ pela UTAD, depois de, em 2018, ter sido atribuído à escritora Agustina Bessa-Luís. A cerimónia decorre a 11 de maio, em Vila Real.

Além do reconhecimento da sua obra, a pintora transmontana destaca que a atribuição deste grau académico por parte da UTAD é “uma forma de mostrar às outras mulheres que vale a pena trabalhar bastante, aproveitar todos os talentos e, sobretudo, acreditarem nelas”.

“Há momentos de dúvidas (e há muitos), mas quando temos pessoas de muita qualidade a acreditarem no nosso trabalho e no nosso carácter dá-nos força para lutar contra todas as dificuldades”, acrescenta.

Para a artista, que completou recentemente 74 anos, o Honoris Causa é a melhor prenda de aniversário.

“Acho que é a minha melhor prenda receber este título da UTAD, uma universidade com um campus maravilhoso e com uma enorme diversidade de conhecimento. Com a UTAD a reconhecer que a minha obra tem importância a este nível, eu não posso pedir mais da vida. Estou muito feliz, porque com a idade que tenho este reconhecimento é muito especial, é o reconhecimento pelo meu trabalho, mas também pela minha atitude como mulher e como artista”, conclui.

A pintora, de 74 anos, é natural do Vieiro, no concelho de Vila Flor onde mantém um “atelier” e será a segunda mulher a ser agraciada com o doutoramento Horonis Causa pela UTAD, depois de, em 2018, ter sido atribuído à escritora Agustina Bessa-Luís.

Graça Morais concluiu o curso superior de pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1971 e, entre os anos 1976 e 1979, viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, sendo membro da Academia Nacional de Belas Artes e de diversas associações, confrarias e fundações culturais.

Entre 1974 e 2019 realizou e participou em mais de uma centena de exposições individuais e coletivas em Portugal e no estrangeiro e, em 2008, foi inaugurado, em Bragança, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CACGM), da autoria do arquiteto Souto Moura.

A artista foi agraciada, em 1997, com o grau de grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República Jorge Sampaio, e recebeu, em 2019, a medalha de mérito cultural das mãos da ministra da Cultura, Graça Fonseca.

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