12 mai, 2022 - 18:15 • Maria João Costa
É um regresso muito aguardado. Depois de duas edições digitais por causa da pandemia, o quinto aniversário da ARCOlisboa é celebrado com uma edição presencial que decorre de 19 a 22 de maio, na Cordoaria Nacional.
Na apresentação, esta quinta-feira, foi confirmada a presença de 65 galerias de 14 países, das quais 43 integram o Programa Geral da feira, outras 13 estão na seção Opening que dá a conhecer artistas emergentes e nove integram o programa África em Foco que conta com a curadoria de Paula Nascimento.
Em conferência de imprensa nos paços do concelho, em Lisboa, Eduardo López-Puertas, o diretor da IFEMA Madrid que organiza a feira, considerou a edição lisboeta “uma feira com excelente nível de galerias e grandes descobertas”, depois do que disse ter sido o “parêntesis criado pela pandemia”.
Com um primeiro dia dedicado aos profissionais e colecionadores, a ARCOlisboa abre portas para o grande público no dia 20. Na apresentação, a diretora da feira sublinhou o clima de “confiança das galerias” neste regresso no contexto pandémico. Maribel López explicou que no Programa Geral há uma “forte presença de galerias de Portugal e Espanha”.
Entre as novidades deste ano, a responsável que manifestou grande “emoção” por este regresso a Lisboa, anunciou que no sábado, dia 20, a entrada será gratuita para jovens com idades entre os 18 e os 25 anos. Essa gratuitidade será entre as 17h00 e as 20h00 e, indicou Maribel López à Renascença, será abrangente a jovens de qualquer concelho do país.
Argumentando com maior visibilidade dos artistas, Pedro Cera explicou que a dimensão menor dos stands é de 20 metros e o maior 60 metros. A relação será por isso de “um artista por cada 10 metros quadrados”, acrescentou o galerista que explicou, no entanto, que isto “não quer dizer que as galerias não possam fazer rotação de artistas durante a feira.”
Esta quinta edição trará novidades também em termos de presença, explicou Pedro Cera, que acrescentou que “infelizmente algumas galerias não voltaram à feira”. Segundo o galerista, isso prende-se com o facto de haver muita oferta de feiras neste momento, portanto trata-se no seu entender de uma situação “normal”.
Entre as galerias que vão estar presentes, há algumas que são estreantes. É o caso de Elvira González, Galeria 111, Galería de las Misiones, Heinrich Ehrhardt, Rosa Santos ou as galerias austríacas Lukas Feichtner Galerie e Zeller Van Almsick. A estas juntam-se outras galerias já habituais presenças quer na feira de Lisboa, quer na de Madrid. São o caso da Cristina Guerra Contemporary Art, Fernando Santos, Pedro Cera, Pedro Oliveira, Vera Cortês e as galerias internacionais como Alarcón Criado, Helga de Alvear ou Juana de Aizpuru.
Na apresentação, o autarca de Lisboa lembrou que apostou na cultura “como o centro da estratégia para Lisboa”. Carlos Moedas considerou a ARCOlisboa “a peça fundamental” para que a cidade seja “a capital da cultura na Europa que liga à inovação”. Destacando a ligação à arte africana, o diálogo entre a ciência e arte, Carlos Moedas lembrou que “podemos falar de Lisboa do turismo, mas se não houver cultura ao centro” não se alcança esse objetivo.
Carlos Moedas que se mostrou apostado nos eventos culturais na cidade, considerou a ARCOlisboa como “o mais marcante” e defendeu a feira como “uma âncora” para a cena artística na capital portuguesa. O autarca não escondeu a ambição de um dia a ARCOlisboa ter a dimensão da ARCO Madrid”
Respondendo aos jornalistas, Carlos Moeda explicou que o protocolo entre a autarquia e a organização da feira para a sua realização teve uma “adenda para 2022”. Reafirmando que “a ARCOlisboa é para continuar”, o autarca disse que está nas suas prioridades a renovação do contrato que permite a realização anual da feira de arte contemporânea. Contudo, Moedas lembrou que é um “presidente em minoria”, mas espera conseguir a renovação do protocolo.
Será entregue mais uma vez o Prémio Opening Lisboa, que terá este ano como júri Aaron Cezar, Elise Lammer, Direlia Lazo, Marta Mestre, Bernardo Mosqueira, João Mourão, Florença Ostende, Agustín Pérez Rubio e Claudia Segura.
Quando ao programa África em Foco, que volta a trazer a Lisboa a arte contemporânea do continente africano, conta com a presença de galerias de Uganda, Moçambique, África do Sul e Angola, bem como de França e Portugal.
Paralelamente acontecem conversas em torno da arte; no Torreão Nascente da Cordoaria haverá, com acesso gratuito, espaços dedicados às edições de arte. Com o mecenas Fundação EDP, a ARCOlisboa conta com diversos apoios, entre eles o da Marinha, Turismo de Portugal, Turismo de Lisboa e Fundação Millennium BCP.