13 jul, 2022 - 15:36 • Rosário Silva
A partir desta quarta-feira, os concelhos alentejanos do distrito de Setúbal, de Santiago do Cacém e Sines recebem o espetáculo “Sombras”, pelo Teatro Só, apresentado em dez localidades.
“Seguindo um estilo de encenação que tem sido característico do Teatro Só, ‘Sombras’ propõe uma reflexão sobre o mundo emocional de uma vítima de violência doméstica”, refere a nota, enviada à Renascença, pelo Litoral EmCena, o projeto intermunicipal promovido pela associação de amigos AJAGATO.
O espetáculo resulta de uma longa pesquisa “envolvendo casas de acolhimento, conversas com psicólogos e vítimas”, tendo as ações teatrais sido construídas a partir de experiências narradas.
Ao invés da representação da violência, “a companhia optou por exprimir as emoções e ações íntimas da vítima”, é explicado, daí que “Sombras”, pretenda ser “uma abordagem intimista, anterior ao exame moral, fazendo do público testemunha involuntária daquilo que não tem lugar na rua: o desconsolo e o desespero de uma vítima”.
Este espetáculo de rua, que aborda um tema delicado, é executado em andas, com um excessivo guarda-roupa, constituindo-se, também, segundo os promotores, como “exorcismo de um velho tabu, de que “entre marido e mulher não se mete a colher””.
O espetáculo, de acesso gratuito, apresentado sempre às 21h30, arranca esta quarta-feira em Vila Nova de Santo André, estará na Sonega, amanhã, na sexta em Sines e, no sábado, em Porto Covo.
“Sombras” vai ainda passar pelas localidades de Abela (19), São Domingos (20), Alvalade (21), Ermidas (22), Cruz de João Mendes (23) e em Santiago do Cacém (25). sempre às 21h30.
O Teatro Só, é uma companhia de teatro que está sediada em Odemira, mas também em Berlim, na Alemanha, desenvolvendo um trabalho complexo relacionando técnica de máscara, teatro físico, artes circenses e artes plásticas.
Os temas preferencialmente em cena, revela a companhia, “tocam diretamente os estigmas sociais, transversais a diversas culturas e gerações, nos quais o público é testemunha de si mesmo, não pelo uso da palavra, mas pela poesia visual e linguagem emocional do corpo”.