12 set, 2022 - 14:46 • Maria João Costa
É “um artista que define o século XX”. Foi desta forma que o ministro da Cultura de Espanha se referiu a Pablo Picasso, o artista que morreu, faz em 2023, 50 anos. A data vai ser assinalada com um conjunto de exposições e eventos hoje apresentado em Madrid, por Espanha e França.
O Ano Picasso prevê uma programação que começa já em 2022 e decorrerá durante 2023 em vários países. Na apresentação esta segunda-feira, no Museu Rainha Sofia, em Madrid, o ministro da Cultura e Desporto espanhol, Miquel Iceta, e a sua homóloga francesa, Rima Abdul Malak, explicaram que estão previstas 42 exposições e eventos em 38 instituições da Europa e Estados Unidos.
Picasso, que nas palavras do ministro da Cultura espanhol, foi um artista que representou o século XX “com toda a sua crueldade, violência, paixão, excessos e contradições”, será celebrado com exposições em museus como o Metropolitan e o Guggenheim de Nova Iorque, o Museu do Prado, o Thyssen Bornemisza de Madrid, ou o Museu de Belas Artes da Bélgica.
A programação pensada por Espanha e França terá como objetivo “reivindicar o legado artístico de Picasso e a vigência da sua obra”, indicou o ministro espanhol, que reconheceu que alguns aspetos mais controversos da vida pessoal do artista não serão esquecidos.
Picasso será representado “tal como foi, sem esconder algumas facetas da sua vida”, explicou o Miquel Iceta, que acrescentou que, além das exposições, haverá também seminários sobre o artista. Já a ministra francesa da Cultura deu como exemplo a exposição que terá lugar no Brooklyn Museum, que vai abordar “a relação de Picasso com as mulheres”. Segundo Rima Abdul Malak, “é importante o público ter estes conhecimentos, e conheça melhor o pintor, incluindo a parte da violência”.
A obra de Picasso tem uma leitura contemporânea e isso foi sublinhado na conferência pelo ministro espanhol da Cultura.
Segundo Miquel Iceta, obras como a célebre "La Guernica", exposta no Museu Reina Sofia, “constituiu um legado contra a barbárie, o terror da guerra e é um símbolo universal em defesa da paz”.
Será em França e Espanha que se concentra o maior número de exposições. Só Espanha acolhe 17 exposições que terão como palco importantes instituições culturais como o Museu Guggenheim de Bilbao, o Museu Picasso de Málaga, mas também o Prado ou o Reina Sofia em Madrid. Já França acolhe outras 12 exposições, sete nos Estados Unidos e outras em países como Alemanha, Suíça, Mónaco, Roménia e Bélgica.
A primeira exposição no país vizinho abre a 23 de setembro na Fundação Mapfre, em Madrid, seguida de outra mostra, a 10 de outubro, no Museu Thyssen-Bornemisza que se intitulará “Picasso e Chanel”.