30 set, 2022 - 16:44 • Rosário Silva
O dia início do mês de outubro marca o arranque da segunda edição do Imaterial, um festival que apresenta concertos, um ciclo de cinema documental, conferências e ainda Encontro Ibérico de Música que junta artistas portugueses e espanhóis.
A cerimónia de abertura, a 1 de outubro, precisamente no Dia Mundial da Música, acontece a partir das 21h30, no Palácio D. Manuel, com a participação de Hélder Moutinho, “um estudioso e conhecedor profundo do fado que canta com clarividência”, anuncia a organização, numa nota enviada à Renascença.
Um momento vai ser “muito especial” e do qual vão fazer parte, também, os Cantadores do Desassossego que “no palco, na rua ou na taberna, defendem o cante tal como lhes foi passado por pais e avós”.
O Auditório Soror Mariana, Palácio D. Manuel, Teatro Garcia de Resende e o Pátio da Fundação INATEL, são os espaços que vão receber esta edição do Imaterial, ao longo de nove dias.
De acesso gratuito, o festival pretende “dar vida à expressão ‘património pensado e vivido’”, disponibilizando uma programação cultural alargada na cidade que, desde 1986, é Património Mundial da UNESCO.
Entre 1 e 9 de outubro, passam por Évora vários artistas, para diferentes espetáculos: Amélia Muge (Portugal), Annie Ebrel & Riccardo Del Fra (Bretanha), Bandua (Portugal), Barrut (Occitânia), Cantadores do Desassossego (Portugal), Farnaz Modarresifar & Haïg Sarikouyoumdjian (Irão/Arménia), Grupo de Cantares de Évora (Portugal), Helder Moutinho (Portugal), Lia de Itamaracá (Brasil), Natch (Cabo Verde), Parvathy Baul (Índia), Saz’iso (Albânia), Soona Park (Coreia do Sul), Tanxugueiras (Galiza), Tarta Relena (Catalunha) e Verde Prato (País Basco).
Bandua, Tanxugueiras, Tarta Relena e Verde Prato compõem a programação do Encontro Ibérico de Música que reúne uma nova geração de artistas do território ibérico, “promovendo a sua circulação e apresentação dos seus projetos a novos públicos”, destacam os promotores.
Uma das novidades desta edição do Imaterial é o Ciclo de Cinema Documental que, nesta primeira edição, conta com curadoria de Lucy Durán, professora de música na SOAS University of London, especializada em música do Mali e com uma longa experiência prática como apresentadora da BBC Radio, produtora de álbuns, com três nomeações para os prémios Grammy, e realizadora de documentários.
Os seis filmes selecionados para exibição neste festival acústico especial Imaterial, representam 60 anos de documentários realizados entre 1962 e 2022.
“Os filmes apresentam músicas cuidadosamente pesquisadas e raramente vistas, rodadas em locais como Nigéria, Madagáscar, Peru, Portugal, Albânia, França e Guiné-Bissau”, é salientado.
Películas que contam histórias “envolventes e sensíveis sobre artistas excecionais que estão dedicados à sua cultura e terra, muitas vezes diante de circunstâncias difíceis”, constituindo-se como “retratos profundos e apaixonados da música”.De destacar a estreia mundial de All mighty Mama Djombo (França, Guiné-Bissau) 2022, realizado por Sylvain Prudhomme e Philippe Béziat que será apresentado pela própria Lucy Durán, no dia 5 de outubro, pelas 15H30, no Auditório Soror Mariana.
À semelhança do ano anterior, o programa inclui ainda um Ciclo de Conferências, que promovem um encontro entre o património edificado e o património imaterial, “animado por um desejo de colocar os dois em diálogo, mas também pelo compromisso de agitar o pensamento em torno destes legados”.
No dia 9 de outubro, encerramento da programação, entregue o Prémio Imaterial que visa “saudar e agradecer a uma personalidade ou artista cujo percurso, inscrito na lógica de atar passado e presente, tenha sido decisivo no incentivo ao diálogo entre diferentes culturas, no estímulo ao cumprimento dos direitos humanos e na defesa da igualdade de relacionamento e da paz entre os povos”, acrescenta a mesma nota.