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Ordem dos Arquitetos cria prémio Manuel Graça Dias para primeiras obras

19 out, 2022 - 20:04 • Lusa

Prémio tem um valor de 20 mil euros e as candidaturas decorrem entre 27 de outubro e 15 de janeiro.

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A Ordem dos Arquitetos (OA) criou um prémio, a que deu o nome de Manuel Graça Dias, que celebra o arquiteto e visa "reconhecer e celebrar a qualidade da arquitetura produzida por arquitetos com formação recente".

A OA revelou, em comunicado, que o prémio tem um valor de 20 mil euros e as candidaturas decorrem entre 27 de outubro e 15 de janeiro, sendo o vencedor anunciado em 24 de março.

"O grande objetivo deste prémio, que agora se inaugura, é celebrar o arquiteto Manuel Graça Dias, figura ímpar da arquitetura portuguesa nas muitas dimensões que desenvolveu, como profissional, crítico, editor, divulgador, entre outras", lê-se no comunicado.

Através do prémio Manuel Graça Dias dst - Ordem dos Arquitetos, Primeira Obra, a OA procura "reconhecer e celebrar a qualidade da arquitetura produzida pelos arquitetos com formação recente, como modo de incentivar a prática profissional, no sentido da inventividade, considerações ambientais, boas práticas, no quadro das medidas de informação, sensibilização e educação, da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem".

Ao associar o nome de Manuel Graça Dias a um prémio de primeira obra, a OA propõe-se "sublinhar a imaginação, inconformismo, disponibilidade e generosidade" que aquele arquiteto, que morreu em 2019, aos 66 anos, sempre demonstrou.

Manuel Graça Dias nasceu em Lisboa, onde se licenciou em arquitetura em 1977, pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, iniciando-se, profissionalmente, no ano seguinte, como colaborador do arquiteto Manuel Vicente, em Macau.

Em 1990, criou em Lisboa, onde vivia e trabalhava, o ateliê Contemporânea, com Egas José Vieira. Os dois propuseram uma abordagem aberta ao edifício do Teatro Luís de Camões, inaugurado em 1880 e que a câmara de Lisboa reabriu, renovado, em junho de 2018, com a designação de LU.CA.

Obteve o 1.º lugar no concurso para o Pavilhão de Portugal na Expo"92 em Sevilha, Espanha, bem como o 1.º lugar no concurso para a construção da nova sede da OA, nos antigos Banhos de S. Paulo, ambos com Egas José Vieira.

Manuel Graça Dias dirigiu o Jornal Arquitetos, entre 2009 e 2012, a Ordem dos Arquitetos, de 2000 a 2004, e foi presidente da secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (2008-2012).

Foi autor de vários livros de crítica ou divulgação de temas de arquitetura e tem trabalhos construídos em Almada, Braga, Chaves, Guimarães, Lisboa, Porto, Vila Real, Macau, Madrid, Sevilha e Frankfurt.

O Teatro Municipal de Almada (Teatro Azul, 1998-2005), que projetou com Egas José Vieira e Gonçalo Afonso Dias, foi nomeado para o Prémio Cecil 2007, para o Prémio Mies van der Rohe 2007 e para o Prémio Aga Khan.

Manuel Graça Dias e Egas José Vieira ganharam o Prémio de Arquitetura AICA/Ministério da Cultura, de 1999, pelo conjunto da sua obra construída.

Em 2006, Manuel Graça Dias foi agraciado, pelo então Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique (grau comendador).

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