Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

"Voz": um espetáculo cantado e falado para ver no Porto

03 nov, 2022 - 19:03 • Núria Melo

O Teatro do Frio e as Sopa de Pedra estão no placo do Teatro Carlos Alberto, no Porto, com um espetáculo com vontade de comunicar e criar relação com o que nos rodeia.

A+ / A-

Começa a três vozes, mas rapidamente se multiplicam. "Voz" é uma criação do Teatro do Frio com a participação das Sopa de Pedra - um grupo de investigação musical composto só por mulheres. Entre o concerto e o teatro físico. Entre a voz e o corpo.

A diretora artística, Catarina Lacerda, acredita que a voz existe mesmo antes de ser produzido um som.

"Este lugar da voz que é cantada e falada, acima de tudo a voz que já existe antes de haver som", explica.

Para a diretora artística, a intenção do espetáculo parte da vontade "de comunicar e criar relação com o que nos rodeia".

O texto é de Diogo Liberano e a escrita dramatúrgica se faz a várias mãos: é a confluência de vários lugares, dentro e fora de cena.

Catarina Lacerda explica o lugar de fala deste espetáculo, que se confunde temporalmente entre o que já foi dito e o que acontece antes da voz tomar lugar no exterior. "Nós partimos do desafio de perceber o que é que existe antes de existir."

O espetáculo explora o momento imediato antes da fala. Catarina Lacerda explica que "muitas vezes o que nos ocupa são ecos de coisas que já ouvimos".

Quem for ao Carlos Alberto por estes dias pode ver um espetáculo com várias camadas, diz a diretora artística: "Habitamos o lugar do que é o corpo no espaço a comunicar, a dizer, o silêncio, o silêncio a ser tensão e a voz no espaço a construir outros espaços."

Para Rita Campos Costa, uma das vozes da Sopa de Pedra, "a proposta é que a voz seja tudo, falada, cantada, o silêncio ou a escuta".

O grupo de 10 mulheres conta com sete, neste espetáculo em cena no Porto.

"Quando aparece a voz cantada há claramente uma diferença entre o que se diz e o que se canta", explica Rita Campos Costa.

Na voz cantada também se podem encontrar diferentes planos que a artista explica. "Às vezes cantamos o que está a acontecer fisicamente, outras vezes criamos um espaço imagético, outras furamos a ação ou vamos em confronto, há vezes que cantamos a ação".

Rita Campos Costa conclui que a voz é todo o potencial que existe em tudo o que se diz e não se diz.

Com direção artística de Catarina Lacerda, Voz é uma criação do Teatro do Frio em coprodução com o Teatro Nacional São João e o Teatro Municipal da Guarda. E está em cena até domingo, no Carlos Alberto, no Porto.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+