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Ataque em Viena. Ativistas atiram tinta preta contra quadro de Klimt

16 nov, 2022 - 06:50 • Lusa

Equipa de restauradores do museu confirmou que o quadro, protegido por um vidro de segurança com mais de 200 quilos, não sofreu danos.

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A obra “Morte e Vida” de Gustav Klimt (1862-1918), atingida esta terça-feira com um líquido preto por dois ativistas, não sofreu danos e já decorrem intervenções para a reabertura da sala no Museu Leopold, em Viena.

Depois de avaliar o estado da pintura, a equipa de restauradores do museu confirmou que o quadro, protegido por um vidro de segurança com mais de 200 quilos, não sofreu danos.

“Os restauradores chegaram perto da obra cinco minutos depois do incidente e podemos garantir que o líquido apenas espirrou no vidro e não danificou a pintura”, adiantou à agência Efe o diretor do museu, Hans Peter Wipplinger.

O grupo “Última geração”, ao qual pertencem os dois ativistas, divulgaram este protesto na sua conta na rede social Twitter, explicando que o material que atiraram contra o quadro, inicialmente descrito como "petróleo" pelos ‘media’ austríacos, é um líquido oleoso preto, mas não tóxico e não nocivo.

Por ocasião de um feriado regional, a entrada no Leopold foi gratuita esta terça-feira, patrocinada pela petrolífera OMV. Apesar dos rígidos controlos, os ativistas conseguiram introduzir aquele líquido numa garrafa de água quente.

Um dos ativistas sublinhou, depois de atirar o líquido contra a obra: "Sabemos do problema há 50 anos, devemos agir de uma vez, senão o planeta acabará destruído".

"Parem a destruição com os combustíveis fósseis. Estamos a caminhar para um inferno climático", acrescentou, descrevendo novas perfurações de petróleo e gás como uma sentença de morte para a humanidade.

Um segurança conduziu um dos ativistas para longe do quadro enquanto o outro manifestante se agarrou ao vidro que protegia a obra. Os dois acabaram detidos pela polícia.

Outros protestos

Na semana passada, dois outros ativistas do mesmo grupo colocaram adesivos em fósseis de dinossauros intactos no Museu de História Natural de Viena, para criticar a destruição climática causada pelos hidrocarbonetos.

Desde julho deste ano, vários grupos ambientalistas escolheram como palco de protestos museus do Reino Unido, Alemanha, Itália e Países Baixos, nomeadamente o grupo britânico 'Just Stop Oil', criado por membros do 'Extinction Rebellion', e o alemão ´Letzte Generation´.

Os alvos escolhidos foram, por exemplo, o quadro "Girassóis", do pintor neerlandês Vicent Van Gogh (1853-1890), em exposição na National Gallery, em Londres, ao qual foi lançada sopa de tomate, ficando ligeiramente danificado, e um quadro do pintor francês Claude Monet (1840-1926), da série "Les Meules", em exposição no Museu Barberini de Potsdam, em Berlim, alvo de puré de batata.

Esta última obra não chegou a ser danificada, por estar protegida por um vidro, segundo indicação do museu.

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