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António da Cunha Telles. "Um homem que nos ajudou a sermos do nosso tempo", diz PR

24 nov, 2022 - 12:58 • Teresa Paula Costa

Na sequência da morte do produtor e realizador de cinema referência do "Cinema Novo", Marcelo Rebelo de Sousa emite nota de pesar e reconhecimento pelo seu trabalho.

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O Presidente da República emitiu nesta quinta-feira uma nota de pesar e condolências à família do produtor e realizador de cinema português António Cunha Telles, que faleceu nesta quarta-feira no Hospital da Cuf Tejo, em Lisboa.

Numa nota publicada no sítio da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa considera António Cunha Telles "um homem que nos ajudou a sermos do nosso tempo".

"Quando pensamos no Cinema Novo português, que na década de 1960 contribuiu para que nos alinhássemos, por uns anos, com a modernidade europeia, lembramos sobretudo os realizadores, mas foram igualmente fundamentais figuras como o produtor António Cunha Telles, que fez esse cinema acontecer", refere a nota.


Nesta nota, Marcelo Rebelo de Sousa elogia o "currículo extensíssimo e distinto" de Cunha Telles como produtor e destaca filmes como "Os Verdes Anos", "Belarmino", ou "Domingo à Tarde", que diz serem "obras-chave de uma revolução antes da revolução".

Telles "formou o gosto de uma geração"

"Tendo possibilitado a existência de um cinema mais exigente", Cunha Telles também "formou o gosto de uma geração, distribuindo algum do mais destacado cinema de autor da década de 1970."

O Presidente da República destaca ainda o trabalho de Cunha Telles à frente da administração do Instituto Português de Cinema e da Tóbis, depois do 25 de abril, onde "continuou durante décadas a produzir e distribuir cinema português e internacional", e o facto de, em 2018, ter recebido as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

"À família de António Cunha Telles, que deu continuidade ao seu ofício, manifesto o meu pesar e o reconhecimento pelo trabalho de um homem que nos ajudou a sermos do nosso tempo", conclui Marcelo Rebelo de Sousa.

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