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​Dióspiro: a história de um gato acorrentado à espera de um final feliz

19 fev, 2023 - 13:14 • Liliana Carona

Os donos pensavam que era uma gata e sempre lhe administraram métodos contracetivos. Além disso, estava acorrentado a um forno. Viveu assim ao longo dos três anos, até que uma associação de Oliveira de Azeméis o resgatou. “Dióspiro” está para adoção, à espera de um final feliz.

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Dióspiro: a história de um gato acorrentado à espera de um final feliz - Reportagem de Liliana Carona
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Vivia acorrentado o “Dióspiro”, o novo nome de um gato com três anos de idade, que chegou à Associação ResGato, em Oliveira de Azeméis, no passado dia 19 de janeiro, graças a um alerta, conta Joana Barbosa, uma voluntária de 25 anos.

“O ‘Dióspiro’ tem três anos, foi dado a uma senhora idosa, para ter companhia, entretanto a Santa Casa da Misericórdia que ia lá fazer domicílios alertou-nos que a senhora ia para o lar, e pediu-nos ajuda para esta situação, deplorável”, relata Joana Barbosa, sublinhando que o gato “tem um medo horrível de pessoas”. “Não conseguimos fazer-lhe festinhas”, conclui.

Os proprietários "pensavam que era uma gata e o animal estava acorrentado para não sair à rua e tinha tudo no mesmo espaço, um espaço para dormir, a comida e a caixa de areão", descreve Joana Barbosa.

Além desta privação de movimentos, “os filhos dessa senhora davam-lhe a pílula, de 15 em 15 dias. E quando chegou a nós, tivemos de o sedar, e verificámos que era um gato. Tivemos de o apanhar com uma armadilha para terem noção do medo que ele tem das pessoas. Ele pesava cerca de sete quilos, porque comia e não se movimentava”, lamenta a voluntária da ResGato.

“Existe um clima de impunidade”

O caso do “Dióspiro” não é único. “Temos tido muitos casos de gatos fechados em box, sem luz. No ano passado recebemos bebés dentro de sacos de plástico”, descreve Joana Barbosa, olhando às situações em que gatos são agredidos, maltratados, e nem os de raça escapam à maldade humana.

“O ‘Tomé’ foi resgatado de um canil, temos vários persas como ele, alguns sem olho ou com a orelha cortada”, revela. E nem sempre é possível salvar o animal. “O ‘Chocapic’ tivemos de o eutanasiar, foi abandonado à nossa porta, com problemas renais. Tentámos tratar dele, mas acabou-se o sofrimento”, diz Joana Barbosa, entristecida.

A voluntária da ResGato deixa ainda um apelo: “Existe um clima de impunidade. São retirados os animais, mas não acontece mais nada. Temos montes de queixas de as pessoas baterem, ferirem os gatos”, denuncia, alertando para o impacto: “São animais assustados. Cada vez mais temos dificuldade em retirar os animais de rua. Não tratem os gatos mal, peçam ajuda às associações locais”, apela.

Com fotografias captadas por uma fotógrafa profissional, os gatos para adoção podem ser conhecidos na página do Facebook da Associação ResGato. “Faz toda a diferença, as boas fotografias, captam a atenção para estes casos”, elogia Joana sobre o trabalho da fotógrafa de Ovar, Sofia Lima.

Média de 250 adoções por ano

Desde 2015, altura em que surgiu, apesar de só há dois anos ser formalmente uma associação, que a ResGato tem uma média de 250 adoções por ano. “Funcionamos apenas através das redes sociais. Concorremos este ano a um apoio do Estado pela primeira vez e conseguimos 2.500 euros, de resto contamos com clínicas em Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, que nos fazem preços mesmo muito apelativos”, destaca Joana Barbosa.

A ResGato tem 28 voluntários e 33 sócios e quem quiser ajudar, encontra os dados para donativos na página do Facebook, podendo ainda doar comida, ou roupas em segunda mão para a associação vender. “Somos uma associação de resgate de gatos, que começou com a presidente Matilde, que está a tirar o curso de Medicina Veterinária. Ela começou por resgatar gatos sozinha e começou a ajudar cada vez mais gatos e o avô da voluntária cedeu um espaço, uns anexos para a associação”, conta Joana Barbosa.

Atualmente, a ResGato tem 57 gatos para adoção. “É muito gato, contamos com o apoio das pessoas e famílias de acolhimento, temos pessoas que ficam com os gatos bebés. Temos uma parte da quarentena, onde fazemos o controlo das doenças, castração, vacinas e depois temos outra parte em que temos os gatos livremente”, realça Joana Barbosa.

Os gatos para adoção podem ser conhecidos na página do Facebook e são poucos os que ficam indiferentes. “O gato mais antigo que temos é o ‘Limão’, connosco há cerca de um ano, mas temos uma taxa de adoção mesmo muito elevada, vêm buscar do Algarve, e até de Lisboa”, enaltece a voluntária.

Quando ali chegam, os gatos recebem nomes de flores ou frutas.

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  • LUIZ SANTOS
    19 fev, 2023 Moledo Lourinhã 22:15
    Os gatos em especial, fazem falta ao planeta,ajudando o equilibrio de roedores e outros.Respeito por isso e lei que puna os maus tratos animal

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