09 mai, 2023 - 16:12 • Maria João Costa
Rui Reininho tem na mão o livro de capa “laranja forte” enquanto fala com a Renascença ao telefone. É a autobiografia de Rita Lee, editada pela Contraponto Editores em 2017 e na qual assinou o prefácio. Numa reação à morte da cantora brasileira, esta terça-feira, o músico e vocalista dos GNR lembra “uma mulher livre”.
Nas memórias de Rui Reininho está o facto de Rita Lee lhe ter chamado “gato”. Embora só tenham falado por “interposta pessoa”, aquando da edição do livro, o músico conta como lhe surpreendeu o relato da vida da artista que morreu hoje aos 75 anos.
“Ela vinha de uma família de influência americana, que era uma espécie de gente proscrita do Sul dos Estados Unidos, que vieram viver para o Brasil”, explica Rui Reininho sobre as origens da cantora de músicas icónicas como “Mania de Você”.
No percurso de Rita Lee, Reininho lembra também a sua participação nos Mutantes, “um grupo importantíssimo na cena psicadélica brasileira”. O autor do prefácio de “Rita Lee - Uma Autobiografia” destaca o facto de ela ser de “São Paulo, que é uma cidade mais louca". Reininho justifica, argumentando com os outros “heróis brasileiros, os Caetanos e tal, os meninos do Rio". "Rita Lee, não. Era uma paulista.”
A irreverência da voz de “Lança Perfume” é também destacada por Rui Reininho. “Viveu até onde a deixaram viver, acho que minimamente feliz, com imensa liberdade.”
Usando uma expressão que assume como sendo do Norte, o músico classifica Rita Lee como “uma moça extraordinária” e “uma mulher do rock”.
Reininho, que considera a autobiografia de Rita Lee um “livro muito, muito sincero, muito direto e muito a sério”, remata esta conversa dizendo “Adeus, Rita” e considerando a cantora “uma mulher da música, fortíssima, extraordinária” e “um ser extra…terrestre, mesmo!”