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Fadista Lina_ quer “tornar Camões mais popular no estrangeiro” através do fado

04 jan, 2024 - 14:20 • Maria João Costa

Sai dia 19 o novo disco de Lina_. Fado Camões é um álbum em que a fadista dá voz à poética de Luís Vaz de Camões. À Renascença, a artista que já tem concertos marcadas dentro e fora de Portugal diz que quer levar a língua e a lírica de Camões lá fora

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Neste ano em que se assinalam os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, a fadista Lina_ resolveu dedicar um disco à lírica do poeta de Os Lusíadas. O álbum Fado Camões tem saída prevista para dia 19 de janeiro e o primeiro concerto será em Lisboa, no Teatro da Trindade a 30 de janeiro.

Em entrevista ao Ensaio Geral, a artista explica que a ideia para o disco nasceu há uns anos, quando ao ler a biografia de Amália Rodrigues, da autoria de Vítor Pavão dos Santos, encontrou a referência a Camões como “o poeta preferido” de Amália.

Também numa “entrevista ao Diário de Notícias, Amália diz que o Camões é o maior fadista que existe”, refere Lina_. Estas palavras levaram-na a concluir que “por isso, Camões é um poeta que não deve estar numa numa gaveta ou numa prateleira”.

Pegou então na lírica camoniana que, na sua opinião, casa “perfeitamente com o fado tradicional”. Depois de ter trabalhado com Raul Refree, Lina_ conta neste disco com a participação do espanhol Rodrigo Cuevas no tema “O que temo e o que desejo”. O álbum foi produzido por Justin Adams.

“Convidei o Justin Adams, que produziu este disco que traz sonoridades que não são novas. No fundo, o fado já tem influência africana e o Justin Adams tem um interesse pela música africana, pelos ritmos. Depois o John Baggott, que é mestre nos sintetizadores, e entende também de música clássica, acabou por trazer um cunho pessoal a este disco que rimou completamente com a lírica de Camões e com a minha forma de cantar”, conta a fadista.

Para dar a conhecer o disco ao público, Lina_ tem já agendado, além do concerto em Lisboa, a 30 de janeiro no Teatro da Trindade, tem também marcados concertos em “Beja, dia 17 de fevereiro, e depois em Madrid, França, Alemanha”.

Questionada sobre esta internacionalização, Lina_ aponta que “gostaria de tornar Camões mais popular também lá fora, no estrangeiro, e levar a nossa língua e esses países”. Na sua opinião, “o público lá fora recebe muito bem o Fado. Apesar de não entender as palavras, entende o sentimento e aquilo que transportamos na voz”, explica a fadista

Lina_ lembra que “a música são as sensações, aquilo que ela nos transmite. A música não é geografia. A música abrange todas as línguas e sociedades” remata.

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