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Maioria dos jovens entre os 14 e 16 anos "começa a ter valores racistas", diz Gonçalo M. Tavares

23 fev, 2024 - 15:48 • Maria João Costa

No Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim o autor considerou que há o perigo de a história se repetir e que os jovens têm cada vez mais valores xenófobos. Gonçalo M. Tavares alerta para a necessidade de formação e discussão para criar “pessoas lúcidas”

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No caminho para as eleições, a política, e em particular a democracia, têm sido tema de conversa no festival literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim. Esta sexta-feira não foi exceção. Perante uma plateia na sua maioria de cabelos brancos, o escritor Gonçalo M. Tavares alertou para o facto de haver “miúdos com 14, 15 e 16 anos, na sua grande maioria” que “começa a ter valores racistas e xenófobos”.

Na opinião do autor de Uma Viagem À Índia, o fenómeno não é exclusivo de Portugal. “São uns fumos ou umas fogueiras de tal forma assustadoras, e de tal forma evidentes, que não é preciso sermos adivinhos para pensarmos que daqui a 10 anos vai acontecer alguma coisa de estranho na Europa”, comentou.

Ao falar da importância de valorizar a memória, Gonçalo M. Tavares lembrou que os jovens de agora, os que ainda não votam, serão “as pessoas que vão decidir os próximos 60 anos dos países”.

Segundo Gonçalo M. Tavares, é necessário por isso criar espírito crítico. “A democracia está de tal forma obcecada com a ideia da liberdade de voto que se esquece da formação, da discussão e da argumentação”, sublinhou.

Para o escritor que participou numa mesa com os autores Álvaro Laborinho Lúcio, João Paulo Borges Coelho e António Cabrita, são necessárias “pessoas lúcidas” e “atentas”. Gonçalo M. Tavares lembrou que “as pessoas ingénuas são uma das piores coisas que se fez”.

No entender do autor, é preciso um certo “pessimismo” para que não haja “a ilusão de que a História corresponde a uma ideia de progresso no melhor dos mundos”. Gonçalo M. Tavares considera mesmo “perigosa” essa ideia.

“A ideia da História como ciclo que se repete, é também uma ideia que devemos recordar, ou seja, temos de caminhar sempre com a ideia de que as coisas de podem repetir, e nesse sentido a memória é fundamental”, referiu.

Ressalvando que não queria falar de partidos em particular, Gonçalo M. Tavares lembrou que “alguém que avança com grande rapidez em direção ao futuro vai-se estampar, porque uma pedra que alguém pôs no passado, vai voltar a cair em cima da sua cabeça”, concluiu.

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  • Sara
    23 fev, 2024 Lisboa 21:24
    incrível, pessoas que não têm conhecimento da realidade denegrir os nossos jovens, as coisas não estão bem e os jovens sofrem perante tanta maldade dos outros, quem faz mais mal ao jovens em Portugal e digo assim desta forma?!alguém entenderá.quem mandou embora os portugueses dos outros países, mas agora estão cá?quem é que esta constantemente a dizer mal de Portugal mas está cá, os subsídios vão dando....a palavra racista já é do passado, quem é racista?perante tantas evidências..chamem o que quiserem, não queremos mais pessoas dos outros países, a nao ser que venham por bem, para trabalhar e nao dizer mal, quem nos protege?quando criam associações para defender os portugueses de tudo o que fazem e dizem nas redes sociais, olhem para a perspectiva dos portuguêses, eles que se vão embora, por favor se nao estao bem, querem viver de subsídios,mais casas, tem mais filhos para ter apoios, querem ter mais privilégios para não fazer nada, e passar a ideia que tem de ser assim, a realidade é evidente demais.anda tudo a dormir

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