04 mar, 2024 - 19:00 • Lusa
A receita do Imposto Especial de Jogo Online (IEJO) ascendeu a 268 milhões de euros em 2023, subindo 31% face a 2022, com o gasto médio diário por jogador a rondar os 2,5 euros, foi esta segunda-feira divulgado.
Em comunicado, a Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) refere que parte das receitas do IEJO, num "valor recorde" de cerca de 51 milhões de euros, foi canalizada para financiamento das federações desportivas.
Dos 268 milhões de receita de IEJO em 2023, 81,4 milhões de euros foram registados no quarto trimestre de 2023, o que reflete uma subida homóloga de 26,4%, segundo o relatório trimestral agora divulgado.
Neste último trimestre do ano passado, a receita bruta do jogo "online" atingiu os 227,4 milhões de euros, um valor que revela alguma desaceleração face a registos anteriores.
De referir que no mesmo trimestre de 2022, a receita tinha sido de 195,3 milhões de euros, o que se traduziu num crescimento de 39,7%.
Para Ricardo Domingues, presidente da APAJO, a evolução da receita revela que o jogo "online" em Portugal "está a atingir uma fase de maturidade, tal como todo o setor do entretenimento digital", sublinhando que o quarto trimestre de 2023 teve "o menor crescimento percentual homólogo desde o lançamento do mercado regulado".
Os dados agora divulgados indicam ainda que cada jogador gasta, em média, o equivalente a cerca de 2,5 euros por dia, valor em linha com um estudo desenvolvido pela Aximage para a APAJO, em julho de 2023, que apontava que 77,6% dos jogadores "online" despendesse até 50 euros por mês.
De acordo com o mesmo estudo apenas 6% gasta mais do que 100 euros por mês.
Para o presidente da APAJO, "a generalidade do consumidor de jogo "online" em Portugal tem um nível de dispêndio com o jogo "online" em linha com o razoável para um produto de entretenimento".
Ainda assim, salienta Ricardo Domingues, o setor está em diálogo com a comunidade científica e técnica, para além do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos e "stakeholders" políticos, "para encontrar os melhores caminhos de proteção para os jogadores que poderão vir a manifestar comportamentos problemáticos" afirmou Ricardo Domingues.
Em comunicado, a APAJO refere que as ferramentas já disponíveis no jogo licenciado em Portugal "têm vindo a cumprir o seu papel, nomeadamente as autoexclusões que acontecem essencialmente nos sites e aplicações dos operadores".
Salienta ainda que a APAJO tem estado a desenvolver várias iniciativas de prevenção de comportamentos aditivos ligados ao jogo e a monitorizar as atividades de jogo ilegal, que em Portugal geram uma perda de pelo menos 100 milhões de euros em impostos.