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Teatro Nacional São João leva à cena "Fado Alexandrino", de Lobo Antunes

04 abr, 2024 - 15:30 • Maria João Costa

Estreia a 5 de abril a nova encenação de Nuno Cardoso. O encenador leva à cena o aquele que é considerado o grande romance sobre o 25 de Abril. "Fado Alexandrino" apresenta um fresco das feridas da guerra colonial e interroga o História recente.

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“Fado Alexandrino é uma alegoria sobre o fado de ser português”, lê-se na folha de sala do Teatro Nacional de São João (TNSJ), no Porto, que estreia a 5 de abril a peça encenada por Nuno Cardoso, a partir do romance homónimo de António Lobo Antunes.

No aproximar da celebração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, “Fado Alexandrino” apresenta-se como um fresco daquilo que são as raízes que conduziram à Revolução dos Cravos, mas também o olhar para o país que surgiu depois de 25 de Abril de 1974.

No epicentro da ação, desta que é a primeira produção própria do ano que o São João apresenta, está “o reencontro de cinco militares que regressaram da guerra em África dez anos antes, juntam-se num jantar, um encontro de reflexões sobre um fim e o seu luto, uma espécie de Última Ceia”, diz o TNSJ, em comunicado.

“Um tenente-coronel, um alferes, um comandante, um soldado e um tenente – contam, durante uma noite, madrugada e manhã, como a vida se lhes transtornou, desde o dia em que chegaram da guerra até ao presente. Num encontro atravessado por desilusões e reflexões sobre o triunfalismo militar prometido e a glória perdida, as personagens urdem uma densa teia de confissões e uma rede de acontecimentos e peripécias de caráter tragicómico”, lê-se no programa.

“Dividido em três partes – antes da Revolução, a Revolução e depois da Revolução –, Fado Alexandrino é uma incursão incisiva na sociedade portuguesa da década de setenta, refletindo sobre o país antes e depois do 25 de abril de 1974, do decrépito regime fascista à instauração da democracia, passando pelo horror de África e pelos infernos privados de cada um”, explica-se na folha de sala.

Encenada pelo diretor artístico, a peça “transforma o palco num grande mural para interrogar a nossa história recente”, explica o TNSJ, que terá “Fado Alexandrino” em cena até 28 de abril.

Esta coprodução com o Teatro Circo de Braga, o Centro Cultural de Belém, o Teatro Aveirense e o Théâtre National du Luxembourg, “conta com interpretação de Joana Carvalho, Lisa Reis, Patrícia Queirós, Jorge Mota, Paulo Freixinho e Pedro Frias, atores residentes do TNSJ, e de Ana Brandão, António Afonso Parra, Pedro Almendra, Roldy Harrys, Sérgio Sá Cunha e Telma Cardoso”.

Publicado em 1983, o romance de Lobo Antunes surge no palco do São João com a adaptação cénica e a dramaturgia também assinadas por Nuno Cardoso. Já a cenografia é assinada por F. Ribeiro, a música por Pedro “Peixe” Cardoso, os figurinos de Nelson Vieira, e o apoio à adaptação cénica e dramaturgia de Fernando Villas-Boas e Florian Hirsch.

“Fado Alexandrino” com que o São João arranca a sua programação especial para celebrar os 50 anos do 25 de Abril conta ainda com um filme projetado em fundo realizado por Luís Porto. A peça vai estar em cena à quarta-feira, quinta-feira e sábado às 19h00, sexta-feira às 21h00, e domingo às 16h00.

Depois da estreia “Fado Alexandrino” segue em digressão. Passa pelo Centro Cultural de Belém, em Lisboa dias 3 e 4 de maio, pelo Teatro Aveirense a 9 de maio, Theatro Circo de Braga dias 24 e 25 de maio, e pelo Teatro das Figuras em Faro a 21 de junho. O espetáculo conta com legendagem em inglês.

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