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Reportagem Renascença

Ler está na moda e é "cool". O fenómeno que as redes sociais geraram

12 jun, 2024 - 06:10 • Maria João Costa

As redes sociais, como o Tik Tok ou o Instagram, têm feito disparar o interesse pela leitura e isso vê-se na Feira do Livro de Lisboa. O fenómeno tem gerado também uma nova vaga de autores e as editoras têm criado novas chancelas destinadas a este público.

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Ler está na Moda Reportagem de Maria Joao Costa na Feira do Livro de Lisboa 2024
Ouça aqui a reportagem de Maria João Costa

O tempo dos “ratinhos de biblioteca” parece ser coisa do passado. Entre as camadas mais jovens “ler está na moda” e há mesmo quem diga que “é cool!”.

As redes sociais, como o Tik Tok ou o Instagram, têm feito disparar o interesse pela leitura e isso vê-se na Feira do Livro de Lisboa, onde os mais jovens andam às compras e à caça de autógrafos.

Estes leitores são na sua maioria raparigas a partir dos 15 anos. Procuram sobretudo romances, referem as editoras, que, na sua maioria, já começaram a criar chancelas próprias para este tipo de leitores. Mas o fenómeno não se restringe aos leitores.

Há também uma nova vaga de autores, também eles de idade jovem, que estão a escrever livros para esta faixa etária. Se é verdade que muitos jovens preferem ler em inglês, porque os livros são mais baratos, outros optam por ler em português e autores portugueses que estão a surgir, muitos das idades dos jovens leitores.

Romance, fantasia ou policiais são os géneros mais escritos e lidos. A Associação de Editores e Livreiros (APEL) confirma que as vendas espelham este novo fenómeno de leitura. Mas o presidente da associação mostra-se preocupado com os “exageros”. Pedro Sobral questiona-se sobre os influencers que dizem ler “30 livros num mês” e sobre o real impacto que a leitura tem nestes jovens.

Sobral, que não coloca em causa o lado positivo do ato da leitura, lamenta que haja um lado “superficial” no fenómeno. “Lendo em quantidade não me parece que o pensamento crítico vá evoluir muito”, aponta.

Já a experiente escritora Alice Vieira recorda os seus tempos de adolescente em que leu “muitos livros maus”, argumentando que o importante é que leiam, seja em que suporte for, seja qualquer tipo de livro.

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