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Olhar o espaço, resolver a Terra. Dezenas de exploradores reunidos em Portugal

16 jun, 2024 - 14:45 • Redação

No último sábado, o Porto transformou-se no epicentro da Ciência e da exploração para o arranque da quinta edição da Global Exploration Summit (GLEX). O evento, que voa agora para os Açores, reúne durante três dias dezenas de pioneiros para partilhar conhecimento e descobertas científicas.

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Reunindo exploradores da terra, mar e espaço, a cimeira GLEX quer “dar a conhecer a revolução espacial” em curso. Trata-se de uma “plataforma de cooperação entre espaço, oceanos e conservação da natureza”, afirma à Renascença Manuel Vaz, fundador da Expanding World, que organiza o evento. A iniciativa, que há quem denomine como “Davos da Exploração”, é a única cimeira de exploradores no mundo e acontece anualmente.

A vida fora do planeta, o regresso à lua e novas descobertas sobre a origem do homem foram temas em destaque no “Ignition” — o lançamento da GLEX, que arrancou pela primeira vez no Porto.

O espaço como solucionador de problemas da terra

“Perguntam-me muitas vezes se não deveríamos concentrar-nos nos problemas que temos aqui na Terra antes de irmos para o espaço", conta o físico experimental Brian Cox, à Renascença. "Penso que são questões relacionadas. Ao subirmos, aprendemos mais sobre o planeta e acabamos por ter acesso a recursos fora da Terra”, afirma. O cientista foi um dos destaques do primeiro dia da cimeira, onde gravou ao vivo o programa “Infinite Monkey Cage”, da BBC Radio.

A lógica é “ir para o espaço e olhar para o planeta para tentar compreendê-lo", defende o físico de partículas, que acredita que “a utilização dos recursos que existem além-terra faz parte da estratégia de sobrevivência da nossa civilização.”

O físico entende o progresso científico como parte do desenvolvimento da humanidade e da democracia. Para Brian Cox, “o conhecimento científico pertence a toda a gente. A nossa civilização, e as nossas democracias são construídas sobre ele. É um dos alicerces da nossa sociedade. Por isso, se permitirmos que se desenvolva uma situação em que muitos dos nossos cidadãos não têm acesso a esse conhecimento, então temos sociedades instáveis.”

A cimeira parte agora rumo a Angra do Heroísmo, nos Açores, onde nos dias 18 e 19 de junho acolhe dezenas de pioneiros para pensar no poder da exploração e para discutir o que está para vir.


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