26 jun, 2024 - 18:11 • Redação
O Museu de Arte Antiga e Nova na Austrália (MONA) foi processado por um homem depois de ser proibido de entrar numa área exclusiva ao público feminino. Após ter sido considerada uma decisão "discriminatória" pelo tribunal, o museu passou a expor as obras de Picasso num local peculiar, a casa de banho das mulheres, como forma de protesto.
As obras eram expostas inicialmente na secção "Ladies Lounge", um área interdita a homens, segundo o jornal The Guardian. O objetivo da criadora do espaço, a artista americana Kirsha Kaechele, era experienciar a exclusão do homem.
No local, as mulheres podiam apreciar as obras de arte de Picasso enquanto eram servidas por mordomos e bebiam copos de champanhe.
Um homem que foi expulso daquele espaço avançou para a justiça. Em abril, durante o julgamento, o tribunal declarou que um espaço especialmente direcionado a mulheres era "discriminatório" e atribuiu ao Museu de Arte Antiga e Nova na Austrália um prazo de 10 dias para acabar com a exclusividade feminina. O museu australiano preferiu fechar a exposição.
No entanto, em maio, Kirsha Kaechele resolveu recorrer da decisão no Supremo Tribunal.
"O Ladies Lounge teve que fechar devido a um processo aberto por um homem [que processou o museu]. Eu simplesmente não sabia o que fazer com todos aqueles Picassos", declarou a artista nas redes sociais.
Acabou por sugerir ainda, ironicamente, fazer a reabertura do espaço de uma forma pouco convencional, em formato de "igreja, escola, acomodação de glamping, alojamento" sob a Lei Anti-Discriminação da Tasmânia. Uma lei que proíbe que o sexo da pessoa seja uma condicionante relativo ao acesso a algum local.
A criadora da secção "Ladies Lounge" realça que as casas de banho do museu australiano sempre foram unisexo.