21 ago, 2024 - 16:27 • Maria João Costa
São uma expressão musical muito popular nas festividades nacionais. As “Práticas Coletivas do Bombo em Portugal” passam agora a integrar o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
Em comunicado, o Património Cultural, I.P. indica esta quarta-feira que “com esta inscrição, reconhece a relevância desta prática na matriz identitária de várias comunidades portuguesas, a sua importância histórica e influência social, cultural e educativa nos territórios em que se insere”.
O pedido de registo foi submetido pela ADAT – Associação dos Amigos do Tocá Rufar, há quatro anos, depois de um processo de investigação conduzido entre 2016 e 2020 por todo o país.
“As práticas coletivas do bombo em Portugal, de caráter performativo e musical, são realizadas por grupos organizados de tocadores de bombo e caixa, podendo incluir instrumentos melódicos. Estas práticas performativas executadas por músicos especializados tradicionalmente ocorrem em contextos públicos, em dias ou momentos de grande importância social local”, indica o Património Cultural.
Esta dinâmica musical que conta com “transmissão” entre gerações e grupos reúne “milhares de pessoas por todo o país” que participam direta ou indiretamente nesta prática musical.
Numa reação, à agência Lusa, Rui Júnior, percussionista e fundador dos Tocá Rufar, diz que a inscrição desta prática no Inventário Nacional Imaterial “representa uma afirmação de uma comunidade que tem atualmente mais de 400 grupos recenseados”.
Este artista refere também que esta integração “traz a consciencialização por parte dos grupos da importância cultural e comunitária da atividade e de uma linguagem musical reconhecida como sendo portuguesa”. Rui Júnio remata dizendo que espera agora “que os grupos tomem mais consciência do valor que têm”.