18 out, 2024 - 23:15 • Redação
O Festival Internacional de Órgãos e Música Sacra (FIOMS) regressa à cidade do Porto pelo quarto ano consecutivo. Na visão do diretor artístico, Filipe Veríssimo, as expectativas para a edição de 2024 são altas e espera que o certame traga ainda "mais turismo" e "retorno económico".
"O nosso objetivo é fazer com que o órgão tubo se faça ouvir por todo o mundo", começa por dizer o diretior artístico, ao falar sobre a edição atual do Festival Internacional de Orgãos que, este ano, vai receber mais de 400 intérpretes de todo o mundo, num total de 38 espetáculos.
"Temos como missão a preservação do património, valorizá-lo e depois também passá-lo e inspirar as gerações futuras".
Nas palavras de Filipe Veríssimo, o Porto pode ser livremente apelidada de "cidade dos órgãos" porque não existe em mais nenhum pais uma cidade que concentre uma grande "diversidade de instrumentos" no que diz respeito a essa arte. É, assim, um "património que é único no contexto internacional".
Este ano, Espinho junta-se à mais de uma dezena de municípios parceiros do festival, onde vai ser possível assistir a um concerto de órgão de tubos na Igreja Matriz. Algumas das performances prometem dar ao público uma experiência imersiva.
"As pessoas podem ouvir um pouquinho de música, visitar o espaço, a igreja, e ter contato com esse património", explica. Igrejas da Lapa e de São João Novo são alguns dos exemplos.
Um balanço geral, nota que a adesão ao festival tem vindo a crescer ao longo dos anos, especialmente no "pós-pandemia". "Eu creio que neste momento, até com o clima que vamor ter, a adesão ainda vai ser superior este ano", acredita Filipe Veríssimo.
O órgão é um instrumento que, à primeira vista, pode parecer complexo, mas como um pouco de prática torna-se simples. É esta a visão de Leo Van Dosselaar, organista que foi escolhido para orquestrar o concerto inaugual, a realizar-se este sábado, na Sé do Porto.
Foi no alto do interior da Sé, com vista periférica desde o fundo da Igreja até ao altar, que o músico neerlandês explicou como se faz música com um órgão e acabou mesmo por tocar um excerto de uma das suas obras.
Uma das particularidades que mais fascinou o artista em Portugal é o facto de haver um sistema muito rico em trompetes. "Cada país tem diferentes tipos de órgãos", revela Van Dosselaar, ao mesmo tempo que diz sempre querer aprender mais sobre a história de cada órgão que se cruza. "Às vezes, temos de ser como um professor. Temos de estudar todos os elementos", afirma.
Estudar as pausas e conhecer as limitações do instrumento é aquilo que Leo aponta ser extremamente necessário para uma boa sinfonia, pois "cada órgão é completamente diferente" de todos os outros.
O Festival Internacional de Órgãos e Música Sacra decorre entre 19 de outubro a 1 de dezembro. O programa pode ser consultado na página oficial do Facebook do evento.