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cultura

Vinte anos depois, o Grande Museu do Egipto abre finalmente ao público (mas só algumas alas)

17 out, 2024 - 19:12 • Miguel Marques Ribeiro com Reuters

A coleção do Rei Tutancámon e os barcos solares enterrados pela Pirâmide de Quéops ainda não foram revelados. É preciso esperar por uma grande inauguração há muito adiada.

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O Grande Museu Egípcio (GEM) abriu uma série de novas galerias ao público esta semana, mas a coleção do Rei Tutancámon e os barcos solares enterrados sob a Pirâmide de Quéops ainda não foram revelados, aguardando por uma grande inauguração há muito adiada.

Quando o concurso internacional foi lançado, há mais de 20 anos, o objetivo era construir o maior museu arqueológico do mundo, junto às pirâmides de Gizé, mas o arranque, inicialmente previsto para 2012, foi adiado várias vezes devido a derrapagens orçamentais e complicações de política interna.

A pandemia de covid-19 também interferiu nos planos iniciais de conclusão de uma obra cujo custo, segundo as autoridades egípcias, ultrapassa já os 900 milhões de euros.

Algumas partes do GEM foram abertas a um número limitado de visitantes desde o final de 2022. Entre estátuas faraónicas e corredores de lojas comerciais, eleva-se uma grande escadaria com seis andares de altura, do topo da qual é possível avistar as pirâmides.

A abertura de 12 novas galerias é mais um passo para a conclusão definitiva da obra que irá acolher mais de 100 mil artefactos do Egipto Antigo, cobrindo diversas eras históricas entre os anos 2649 AC e 395 DC.

Entre as obras que passam a estar expostas, encontram-se sarcófagos, corpos mumificados e diversa estatuária de valor incalculável.

Reaver obras de outros países

Ali Abu Dshish, membro da União de Arqueólogos Egípcios, que compareceu à inauguração de quase uma dúzia de galerias na terça-feira, sublinhou que a inauguração iminente do novo museu sinaliza a capacidade do Egito expor as suas antiguidades, incluindo aquelas que estão a ser reclamadas ou em vias de ser devolvidas por países ocidentais e museus.

É uma "mensagem importante de que podemos recuperar as nossas antiguidades, que estão espalhadas por vários países do mundo", disse ele.

Entre as as obras mais famosas que o Egipto procura reaver está o busto de Nefertitti, na posse do Neues Museum, de Berlim, e a Pedra de Roseta, que está exposta no Museu Britânico, em Londres.

Importante atração turística

"É muito moderno e, ao mesmo tempo, parece que se pode tocar o antigo.", afirmou a turista Kseniia Muse.

A abertura faseada permite afinar o funcionamento do espaço museológico, que estará preparado para receber 4 mil visitantes por dia. "Estamos muito felizes de estar aqui e ter visto estas belas esculturas", acrescentou a visitante de origem russa.

O turismo é uma importante fonte de divisas estrangeiras para o Egito. O governo vem tentando aumentar o número de turistas depois da crise sentida nos últimos anos.

Até agora, as coleções mais famosas do Egito estavam abrigadas no Museu Egípcio na Praça Tahrir, no Cairo, que não foi modernizado nem reformado desde a sua inauguração em 1902.

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