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Festival de Ópera do Porto. "Se o público não vem à ópera, nós vamos até ao público"

24 out, 2024 - 11:01 • Redação

Espetáculos dentro e fora de portas dão uma nova vida à ópera em Portugal, num "festival que é para todos". Grande parte das atividade tem entrada gratuita.

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Assistir a um concerto de ópera enquanto espera pelo metro? Vai ser possível, de 11 a 15 de novembro, no centro da cidade do Porto. Um novo festival vai trazer mais ópera aos portuenses, um evento que se vai realizar pela primeira vez em Portugal.

Depois de dois anos de preparação, o Festival Internacional de Artes e Ópera do Porto (FIATO), idealizado pelo Quarteto Contratempus, aliou-se à Câmara Municipal do Porto e à Fundação La Caixa para fazer mais de uma dezena de espetáculos de ópera e workshops de voz dentro e fora de portas. Grande parte dos pontos do programa são de entrada livre.

A maior novidade está reservada para os dias finais do evento, onde há um "microfone aberto" para quem quiser mostrar o seu talento.

A partir do próximo dia 26 de outubro e até ao dia do arranque do festival existem algumas ações de promoção agendadas para começar a introduzir o ambiente de ópera por quem passa pelo Grande Porto.

"Nós achamos que o Porto precisa de um festival de ópera". É o que acredita a diretora artística do festival, Teresa Nunes, garantindo ainda que este "é um festival para todos".

Depois de recordar os tempos em que o Porto, no século XIX, recebia companhias de ópera portuguesa por serem rejeitadas por uma "Lisboa elitista", anseia que os portugueses possam finalmente "reclamar um lugar para a ópera".

No seu entender, desde sempre que a oferta em todo o país é muito escassa. "Não havendo oferta, as pessoas não conseguem sentir a falta" , afirma.

Como objectivo principal, a diretora do festival espera que aconteça uma "aproximação dos públicos à ópera". Para que tal aconteça, apresentou na manhã desta quarta-feira uma programação "onde a ópera se reinventa e se transforma".

O programa divide-se em dois campos: a "ópera dentro de palco" e a "ópera fora de palco".

Nas salas de espetáculo, como o Coliseu do Porto ou o Teatro de Bolhão, alguns dos temas que vão ser apresentados falam sobre o papel da mulher na sociedade atual e também sobre a dicotomia da ópera, que "está contra tudo e contra nada".

Além disto, será apresentado "um novo formato de ópera", uma espécie de "opera-filme", onde o conteúdo sonoplasta foi escrito e produzido a partir de um filme mudo português, da autoria de Manuel Vieira e que foi filmado na Ilha da Madeira.

O destaque deste festival vai para a programação fora das quatro paredes. "Opera à Moda do Porto" é uma parte do festival que, durante quatro dias, vai levar às ruas, estações e transportes públicos espetáculos imersivos, onde a representação e a ópera se misturam num só lugar.

Ricardo Alves é o responsável por incorporar ópera e interpretação em cinco sketches, que abordam os problemas atuais da sociedade portuense. Sobre os temas representados, a diretora artística não avança com mais informações para não acabar com o efeito-surpresa.

Contudo, conclui com a ideia-chave do festival: "Se o público não vem à ópera, nós vamos até ao público".

Aulas de canto por 10 euros e um workshop de saúde vocal são algumas das atividades a acontecer numa outra "programação paralela", que conta com a colaboração da Escola Superior de Media, Artes e Design (ESMAD) e com a Trofa Saúde. O programa completo pode ser consultado no site oficial. A entrada, em várias atividades, é grátis.

O FIATO vai-se realizar oficialmente de 13 a 16 de novembro, mas existem algumas ações de promoção programadas em vários pontos centrais da cidade.

"Torre da Memória", em exibição no FIATO 2024. Foto: Pedro Sardinha
"Torre da Memória", em exibição no FIATO 2024. Foto: Pedro Sardinha
"Maria da Fonte", em exibição no FIATO 2024. Foto: DR
"Maria da Fonte", em exibição no FIATO 2024. Foto: DR

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