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Comédia grega propõe reflexão sobre “poder, persuasão e liberdade”

30 out, 2024 - 13:50 • Isabel Pacheco

A peça “As Aves” de Aristófanes ganha nova roupagem e sobe quinta-feira ao palco em Valença.

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Sobe ao palco esta quinta-feira, em Valença, a obra “As Aves”, de Aristófanes. Esta comédia grega é também uma fábula política que, tal como na Grécia antiga, propõe uma reflexão crítica da sociedade dos dias de hoje para nos falar sobre “poder, persuasão e liberdade”.

A peça tem como um dos protagonistas Pistetero, que convence as aves a fundar uma cidade e a tratá-lo como líder absoluto. Para o encenador e responsável pela adaptação do texto, Jorge Andrade, esta é uma história que “temos visto um pouco por todo o mundo”.

“Tem de aparecer alguém com um microfone na mão para falar mais alto, e não é por dizer as maiores verdades ou por ter um programa político estruturado que leva de repente os bandos a irem atrás dele”, conta o encenador, que lembra que não se trata de “uma forma surpreendente de movimentar massas”.

Muitas vezes, acontece, explica Jorge Andrade, “porque se aproveitam das aves - neste caso das pessoas - estarem numa situação fragilizadas" e serem, por isso, "mais facilmente manipuladas”.

“Do muito que haveria a explorar no texto é este poder persuasivo da palavra e o quanto ela pode movimentar montanhas, ou neste caso, nuvens”, destaca.

"As Aves", uma das mais emblemáticas obras de Aristófanes, conta a história de dois homens que abandonam Atenas em busca de uma vida melhor. Um desses homens é Pistetero que, ao descobrir como as aves vivem, convence-as a fundar uma cidade. Apesar de desconfiados, os pássaros cedem à retórica de Pistetero, que se instala como líder absoluto.

Com interpretação de Cecília Matos Manuel, Cheila Pereira, David Pereira Bastos, Luís Filipe Silva, Maria Jorge, Pedro Moldão, Sara Costa e Tiago Barbosa, a versão contemporânea de “As Aves” estreia quinta-feira às 21h00 na Sede do Rancho de Friestas, em Valença.

A cocriação das Comédias do Minho e da Mala Voadora segue em digressão até 1 de dezembro por Vila Nova de Cerveira, Melgaço, Paredes de Coura e Monção. Em fevereiro, a peça chega a Lagos, no Algarve, e em julho ao Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

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