19 nov, 2024 - 18:44 • Redação com Lusa
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste decidiu executar bens da empresa Amor Ponto, da diretora de entretenimento e ficção da TVI Cristina Ferreira, num montante até 4,7 milhões de euros. A apresentadora já reagiu, garantindo que vai "usar o mecanismo legal" que lhe permite "suspender esta iniciativa".
Numa mensagem deixada nas redes sociais, a administradora e diretora da TVI assegura que vai continuar a "assumir todas as responsabilidades, com honestidade" e defende que "o processo é do domínio da Justiça e apenas pela Justiça deve ser julgado", criticando a sua antiga entidade empregadora.
"Importa esclarecer que foi a SIC que executou a sentença de primeira instância, apesar de a mesma ainda estar pendente de recurso e, por isso, poder vir a ser revertida. Trata-se de uma iniciativa da SIC, apenas desta e não do tribunal, dirigida à sociedade Amor Ponto" [empresa que detém com o pai], explica.
"Não contribuirei de forma alguma para precipitar ou alimentar um julgamento público que, para mim, é privado", disse, antes disso, nas "stories" do Instagram, onde aproveitou para se defender.
"Já não está em causa a minha saída da SIC, uma decisão consciente sobre a minha carreira e sobre a minha vida. Está em causa o meu caráter e nunca me poderão acusar de faltar aos meus compromissos", reitera.
A empresa vai, assim, "usar o mecanismo legal que lhe permite suspender" a "iniciativa da SIC", enquanto aguarda "serenamente pela decisão que vier a incidir sobre o recurso interposto".
O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste decidiu executar bens da empresa Amor Ponto, da diretora de entretenimento e ficção da TVI Cristina Ferreira, num montante até 4,7 milhões de euros, foi sabido esta terça-feira. A 11 de junho, a Amor Ponto foi condenada pelo tribunal de Sintra a pagar mais de 3,3 milhões de euros à SIC pela quebra de contrato com a estação do grupo Impresa.
A apresentadora recorreu da decisão, mas não pediu efeitos suspensivos, nem apresentou caução com garantias bancárias, de acordo com fontes contactadas pela Lusa.
O tribunal decidiu executar os bens da empresa, notificando várias entidades, penhorando os créditos, presentes e futuros, vencidos e vincendos, que a empresa Amor Ponto detém, no valor até 4,7 milhões de euros, o que inclui já os juros.
Na decisão de junho, o tribunal de Sintra condenou a empresa a "proceder ao pagamento à autora SIC Sociedade Independente de Comunicação S.A. da quantia de 3.315.998,67 de euros, acrescida de juros, à taxa comercial, desde a citação até efetivo e integral pagamento".
O tribunal de Sintra deu razão parcial às partes, tendo reconhecido um pagamento de 3.536.666,67 euros da Amor Ponto à SIC, mas absolvendo a apresentadora.
"Entendeu o tribunal condenar a Amor Ponto Lda a pagar à SIC a indemnização arbitrada, absolvendo desse pedido Cristina Ferreira, por ter entendido que o concreto contrato de prestação de serviços celebrado havia sido entre a SIC e Amor Ponto Lda, não se confundindo esta com a sua sócia maioritária e gerente", aponta o tribunal na nota.
A Amor Ponto foi constituída em 2008, como Cristina Ferreira, Sociedade Unipessoal e adotou a atual denominação em 2019, tendo tido ainda a denominação de Cristina Ferreira, Lda.
De acordo com os dados de junho, a Amor Ponto conta com três acionistas: Cristina Ferreira, o seu pai, António Jorge Ferreira, e a Docasal Investimentos, empresa que também conta com os mesmos dois acionistas.
Já à Amor Ponto foi reconhecido um crédito de 220.668 euros, já com juros, devido a "valores titulados por faturas emitidas e vencidas, respeitante a pagamentos de comissões de publicidade e de passatempos".
No entender do tribunal, o contrato entre SIC e a Amor Próprio não era livremente revogável.
Em setembro de 2020, a SIC deu entrada com um processo contra a apresentadora e diretora de ficção e entretenimento da TVI Cristina Ferreira, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
A saída de Cristina Ferreira da SIC foi conhecida em 17 de julho de 2020, altura em que foi anunciado que iria regressar à TVI -- donde tinha saído cerca de dois anos antes -- dali a dois meses como diretora e tornar-se acionista da Media Capital.