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Morreu escritor brasileiro Dalton Trevisan, Prémio Camões em 2012

10 dez, 2024 - 07:09 • Lusa

Família não avança a causa da morte para salvaguardar a privacidade do escritor, "como era o seu desejo".

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O escritor brasileiro Dalton Trevisan, vencedor em 2012 do Prémio Camões, o maior galardão de língua portuguesa, morreu aos 99 anos, anunciou a família.

"Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é. Dalton Trevisan faleceu esta terça-feira, 09 de dezembro de 2024, aos 99 anos", escreveu a família na rede social Instagram.

O velório de Trevisan, conhecido como "O Vampiro de Curitiba", título de um livro de 1965, será aberto ao público, como era desejo do autor, disse a agente ao jornal Folha de São Paulo.

Fabiana Faversani não adiantou a causa de morte de Trevisan: "Tentamos dar o máximo de privacidade como era seu desejo".

Famoso pela aversão à imprensa e por viver quase em reclusão em Curitiba, os contos de Trevisan conquistaram o mundo, com traduções para diferentes línguas, como inglês, espanhol, francês e italiano.

Entre 1946 e 1948, o escritor editou a revista "Joaquim", que reunia ensaios e contos de autores como António Cândido, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de traduções de escritores como Franz Kafka, Marcel Proust ou Jean-Paul Sartre.

"Contos Eróticos" (1984), "Crimes de Paixão" (1978), "Desastres de Amor", (1968), "Dinorá - Novos Mistério" (1994), estão entre as suas obras, assim como "Vozes do Retrato - Quinze histórias de Mentiras e Verdades" (1998), "Violetas e Pavões" (2009) e "O Anão e a Ninfeta" (2011), que foi o último livro publicado.

Em Portugal, foi publicado em 1984 pela editora Relógio d'Água, com a coletânea "Cemitério de Elefantes".

As histórias de Trevisan chegaram à televisão e ao cinema brasileiro, e na Hungria, um dos contos foi também adaptado para uma série de televisão.

No Brasil, a adaptação para o cinema de "A Guerra Conjugal", de 1969, do realizador Joaquim Pedro de Andrade, recebeu o prémio de melhor filme e melhor realizador em festivais brasileiros, além de uma menção honrosa no Festival de Barcelona.

Em 2011, o autor recebeu o Jabuti - o maior prémio literário brasileiro - na categoria de contos e crónicas, com o livro "Desgracida". No ano seguinte, venceu o prémio de literatura Machado de Assis 2011, conferido pela Academia Brasileira de Letras.

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