17 dez, 2024 - 07:00 • João Malheiro
O filme "Grand Tour", que representa a candidatura de Portugal aos Óscares, tem fortes hipóteses de estar na lista de pré-nomeados, que será conhecida esta terça-feira, mas ir mais longe deverá ser muito difícil, na visão de Mário Augusto.
Os Óscares apresentam uma shortlist de 10 a 15 candidatos entre os 85 países que participam na categoria de Melhor Filme Internacional. Depois, no início de janeiro, ficaremos a saber os cinco nomeados finais à cerimónia.
O jornalista de Cinema, Mário Augusto, diz à Renascença que a vitória de Miguel Gomes, no Festival de Cannes, na categoria de Melhor Realização, "dá-nos essa esperança de estar na shortlist, aliás nas apostas há essa tendência". No entanto, estar entre os cinco nomeados finais provoca dúvidas.
Isto porque "a seleção para a categoria de Melhor Filme Internacional tem uma concorrência fortíssima". "Emilia Pérez" por França, "Ainda Estou Aqui", pelo Brasil, "Dahomey" pelo Senegal, "Flow" pela Letónia e "Tudo o que Imaginamos como Luz", pela Alemanha, devem ser os prováveis candidatos.
Mário Augusto explica que "estas nomeações não contemplam só uma análise cinematográfica", mas também "questões geopolíticas, acerto de contas com algumas cinematografias".
"Portugal nunca esteve nesse comboio", aponta o especialista. Mesmo assim, se "Grand Tour" chegar, pelo menos, à lista de pré-nomeados "será um ensaio para um dia termos um filme português nas candidaturas finais".
"Mais dia, menos dia, acredito que Portugal estará nessa lista muito especial", considera.
Num panorama mais geral, os Óscares têm "uma grande fornada de bons filmes" na opinião do jornalista, o que pode trazer "alguma surpresa" à cerimónia que continua a tentar reinventar-se.
Este ano, a 97.ª edição dos Óscares realiza-se na madrugada de 3 de março e será apresentada pelo comediante Conan O' Brien.