26 mai, 2018 - 10:21 • Eutanásia. Carlos César lembra “papel soberano do Parlamento" , Eutanásia. Marcelo “não tem posição tomada" , Costa defende legalização da eutanásia na abertura do Congresso
O ex-Presidente da República (PR) Jorge Sampaio defendeu este sábado “a possibilidade pessoal de decidir o nosso fim”. Sampaio falava sobre a discussão da legalização da eutanásia, à margem da cerimónia de boas-vindas a um novo grupo de 55 estudantes sírios que vêm estudar em Portugal.
O antigo PR acredita ainda que é necessária “mais discussão” e “mais debate”. Assume que este é um tema que o divide, mas que deve prevalecer a liberdade individual.
“É preciso ter a possibilidade pessoal de decidir o nosso fim”, afirma.
Sampaio, em declarações à Renascença, diz que este é um problema cientifico, pessoal, humano, familiar, mas “é a pessoa que está em causa, e é ela que deve ter o poder de decidir como é que quer passar para o outro lado”.
Questionado se está a favor da despenalização, o histórico socialista defende que é a favor “de aprofundar o mais possível [a discussão] e que não haja nenhuma dúvida do ponto de vista cientifico.
“É um passo difícil que exige grande responsabilidade de todos os intervenientes e é isso que tenho algum receio, mas não vamos pensar que vão correr mal”, concluiu.
Na sexta-feira, outro antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, fez ouvir a sua voz contra a eutanásia. Até agora remetido ao silêncio sobre questões políticas, Cavaco Silva fez uma declaração à Renascença em que considera que a legalização da eutanásia "é a decisão mais grave" que os deputados podem tomar.
A legalização da eutanásia será discutida no Parlamento na próxima terça-feira. Vão estar em debate projetos do Bloco de Esquerda, do PAN, dos Verdes e do PS.
O PCP e o CDS vão votar contra. O PS e o PSD dão liberdade de voto, pelo que não é possível prever o resultado da votação que será nominal, ou seja, cada deputado será chamado pelo nome para dizer qual é o seu voto. No PSD, apesar de o atual líder, Rui Rio, ser favorável (e até ter assinado o manifesto que está na origem deste processo legislativo), a maioria dos deputados irá votar contra.